Acusação feita pelo Ministério Público de Goiás (MPGO), por intermédio da 11ª Promotoria de Justiça de Rio Verde, obteve a condenação de Edemilson Florêncio da Silva a 21 anos de reclusão, 1 ano de detenção e ao pagamento de 10 dias-multa por feminicídio e outro crime. Durante sessão do Tribunal do Júri da comarca, realizada na quinta-feira (18/11), o MP reforçou a acusação contra ele pelo homicídio de sua ex-namorada Regina Maria da Silva Andrade e por manter arma de fogo sob sua guarda em desacordo com a determinação legal.
O MPGO foi representado pelo promotor de Justiça Paulo de Tharso Brondi de Paula Rodrigues. A sessão foi presidida pelo juiz Gustavo Baratella de Toledo e atuaram como defensores Lucas Moreira Costa Domingos, Arício Vieira da Silva e Jefferson Silva Borges.
O réu está preso preventivamente e, ao proferir a sentença, o juiz negou-lhe o direito de recorrer em liberdade.
Agressões
De acordo com a denúncia, oferecida em 30 de janeiro de 2020, pelo promotor de Justiça Thiago Galindo Placheski, o crime ocorreu na noite de 9 de dezembro de 2019, em uma rua do Bairro Popular, em Rio Verde, por motivo torpe, mediante recurso que dificultou a defesa da vítima e por razões da condição do sexo feminino, prevalecendo-se das relações domésticas (feminicídio).
Segundo a denúncia, Edemilson Florêncio da Silva e Regina Maria da Silva Andrade mantinham relacionamento desde 2003, marcado por desentendimentos, agressões e separações, que geraram, inclusive, a instauração de procedimentos investigativos, com decretação de medidas protetivas.
Após a última separação, Regina começou a namorar com um homem da cidade, no início de novembro de 2019. No mês seguinte, Edemilson descobriu e ficou indignado, não aceitando que a ex-companheira tivesse outro relacionamento.
Medidas protetivas
Edemilson passou a alimentar o sentimento de posse e o desejo de matar Regina, narra a denúncia. Para colocar seu plano em prática, ele pegou o revólver que havia adquirido há mais de dez anos e foi até a casa do filho, para trocar de motocicleta com ele, garantindo maior facilidade na fuga, mas não obteve sucesso.
Os filhos de Edemilson perceberam a intenção do pai e chegaram a avisar Regina, que fechou seu estabelecimento e foi até a Delegacia de Polícia, para saber sobre as medidas protetivas que havia solicitado.
Edemilson, no entanto, seguia a mulher, aguardando o melhor momento para executar o crime. À noite, Regina e o namorado pararam em uma pizzaria, onde o rapaz pegou alguns documentos. A mulher ficou sozinha dentro do carro, tentando enviar mensagem para a Patrulha Maria da Penha.
Neste momento, Edemilson desceu de sua motocicleta, andou até o veículo, aproximou-se do carro pelo lado do passageiro e atirou quatro vezes na mulher. Em seguida, fugiu. (Assessoria de Comunicação Social do MPGO)
