Juíza de Abadiânia condena João Deus a 19 anos e 4 meses de prisão por crimes sexuais

A juíza Rosângela Rodrigues, da comarca de Abadiânia, acaba de condenar João Teixeira de Faria, o João de Deus, por crime sexual. Na sentença, que não foi divulgada porque o processo está em segredo de justiça, ele foi sentenciado a 19 anos e 4 meses a serem cumpridos em regime fechado. O caso diz respeito aos crimes de estupro de vulnerável e violação sexual mediante fraude envolvendo quatro vítimas. Os crimes teriam sido cometidos durante tratamento espiritual na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, onde ele fazia atendimentos.

João de Deus está preso desde 16 de dezembro do ano passado no Núcleo de Custódia de Aparecida de Goiânia. Foram centenas as vítimas que denunciaram ter sofrido abuso sexual.

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) apresentou mais de dez denúncias contra João de Deus, por crimes como estupro de vulnerável e violação sexual. Segundo o MP, os crimes ocorreram ao menos desde 1990, sendo interrompidos em 2018, quando as primeiras denúncias foram divulgadas pela imprensa.

STJ

Além dessa condenação, no dia 14 de dezembro, a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou um recurso do médium João de Deus para anular a decisão que determinou busca e apreensão domiciliar e reconhecer a ilicitude das provas colhidas pela polícia.

No recurso em habeas corpus, a defesa alegou que a decisão que determinou a busca e apreensão domiciliar não tinha fundamentação válida. Nesse caso, João de Deus é acusado pelo Ministério Público da posse ilegal de arma de fogo, descoberta em sua casa durante a diligência policial. Para a defesa, o suposto temor das vítimas e o saque de dinheiro que sugeriria intenção de fuga – fundamentos apontados pelo juiz – não são razões idôneas para autorizar a busca e apreensão, tornando ilícitas as provas obtivas.