O grupo preso suspeito de acessar o sistema do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) passará por audiência de custódia na segunda-feira (21/11). A informação é do advogado Paulo Borges, que representa os quatro advogados presos durante a Operação Alvará Criminoso, deflagrada pela Polícia Civil de Goiás (PCGO). A audiência estava marcada para ontem (18/11), mas não pode ser realizada.
Segundo informações da PCGO, o grupo é suspeito de acessar o sistema do TJGO, assinar alvarás judiciais falsos como juízes e praticar fraudes milionárias que causaram prejuízos de cerca de R$ 31 milhões. Além dos advogados, estariam envolvidas no esquema servidoras do TJGO, entre outros investigados.
Conforme apurado em relatório da investigação, os advogados se utilizavam de processos antigos, já arquivados na maioria das vezes, para peticionarem, se passando por juízes em substituição. Assim, requerendo o levantamento de valores por meio de alvarás, que eram entregues presencialmente nos bancos pelos beneficiários ou requeridos por meio de e-mails falsificados, como se fossem os oficiais das varas.
Foi verificado, ainda, que foram utilizados Tokens pertencentes aos advogados para assinatura digital e peticionamento fraudulento dos documentos falsificados. Sendo que dois dos advogados, segundo a Polícia Civil, em similar execução de modus operandi, registraram ocorrências policiais para relatarem a perda e o furto de seus Tokens.
A Operação
Durante a Operação, deflagrada pelo Grupo de Repressão a Estelionatos e Outras Fraudes da GREF/DEIC, foram cumpridos 27 mandados de busca e apreensão e 12 mandados de prisão preventiva em desfavor de investigados pelos crimes de estelionato majorado, organização criminosa, lavagem de capitais e violação de sigilo funcional.
As medidas cautelares foram cumpridas em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis, Trindade, Piracanjuba e Brazabrantes. Entre os itens apreendidos, o delegado William Bretz cita computadores e celulares dos suspeitos.
Já entre os locais que foram realizadas essas apreensões, estiveram endereços relacionados a esses investigados, como uma empresa em que um dos suspeitos utilizou a rede de internet para acessar o sistema do tribunal.
A investigação foi realizada após a troca de informações entre a Divisão de Inteligência Institucional do TJGO, que conta com equipe da Polícia Civil no desenvolvimento de suas atividades, e o Grupo de Repressão a Estelionato e outras Fraudes.
As 39 medidas cautelares foram expedidas pela Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro ou Ocultação de Bens, Direitos ou Valores do Estado.