Goiás amplia sistema de monitoramento eletrônico de detentos

Goiás amplia sistema de monitoramento eletrônico de detentos por meio da instalação de tornozeleiras eletrônicas em um número cada vez maior de detentos em diversas regiões do Estado. O sistema, que já foi implantado na Região Metropolitana de Goiânia e também em Itumbiara, agora  irá beneficiar também os municípios de Morrinhos, Caldas Novas e Piracanjuba. A escolha dos municípios é feita por meio de análise, da Secretaria de Administração Penitenciária e Justiça de Goiás (Sapejus), sobre as regiões que apresentam os maiores índices de criminalidade em Goiás, a exemplo de Itumbiara, por ser uma região de divisa do Estado, e também da região do Entorno do DF, que também deverá em breve ser beneficiada.

Mais segurança
A principal vantagem, de acordo com o gerente de Monitoramento Eletrônico e Fiscalização da Sapejus, Weber de Paula Oliveira Barbosa, é que a fiscalização de presos, que antes estavam nas ruas sem nenhum tipo de acompanhamento, agora poderá ser feita por meio desse sistema eletrônico. “Nós poderemos assim fiscalizá-los indiretamente, através de nossa Central de Comando, que fica em Goiânia. E também diretamente na comarca, através da equipe de Fiscalização da Secretaria e da Polícia Militar local”, explica Weber de Paula.

Segundo ele, a ampliação do sistema significa mais segurança para a sociedade. “Isso porque o dispositivo causa certa inibição ao indivíduo no sentido de cometer novos crimes, e também porque a nossa Gerência participa da Rede Integrada de Segurança Pública (Risp), lançada recentemente em Goiás”, esclarece ele. Para Weber de Paula, por meio dessa rede, diante do cometimento de algum crime é feita sempre uma análise de dados criminais por meio de informações que são repassadas às Polícias Civil e Militar, para que elas possam agir nas investigações.

Decisão única do Poder Judiciário
O gerente deixa claro que o Poder Executivo apenas disponibiliza ao Poder Judiciário o dispositivo de segurança (a tornozeleira eletrônica), mas quem define qual preso irá utilizá-la e por quanto tempo ele irá fazê-lo é sempre o magistrado responsável pela execução penal daquele custodiado, ou seja, esta é uma decisão que compete única e exclusivamente ao Poder Judiciário.

Funcionamento do dispositivo
O dispositivo funciona basicamente por meio de dois sistemas, o GPS,  via satélite, que fornece a georreferência do custodiado, e também pelo GPRS que, por meio de dois chips de telefonia celular que o dispositivo contém, também permite verificar a localização do detento. Quando o custodiado recebe a autorização judicial para utilizar o dispositivo, ele se desloca até a Gerência de Monitoramento Eletrônico da Secretaria e apenas lá ele é instalado. O dispositivo fica instalado no tornozelo do detento, é recarregável e é também à prova d’água, prova de fogo e antialérgico.

Goiás em patamar de excelência
De acordo com Weber de Paula, Goiás possui apenas 1,5% de rompimento do dispositivo, enquanto outros Estados, que também o utilizam (e que têm metade do número de detentos que Goiás possui) têm de 10% a 12% de rompimento e, portanto, de descumprimento da determinação judicial. E esse é apenas um dos motivos pelos quais Goiás já foi referenciado no Ministério da Justiça, em Brasília, pelo sucesso no uso do equipamento atribuído, segundo ele, também à atuação de uma equipe multidisciplinar (composta por advogados, psicólogos, assistentes sociais e outros profissionais da área do Direito) que orienta o custodiado e sua família sobre o sistema de monitoramento e sobre o uso correto da tornozeleira.

Outro motivo que coloca Goiás em patamar de excelência é a integração entre as forças policiais que atuam no Estado. De acordo com Weber de Paula, atualmente a Gerência de Monitoramento Eletrônico da Sapejus subsidia a Polícia Civil com informações, agilizando assim as investigações.Também subsidia o atendimento que é prestado pela Polícia Militar à população. Segundo ele, na Região Metropolitana de Goiânia qualquer problema com tornozeleiras eletrônicas é solucionado pela equipe de Fiscalização da Secretaria e pela Polícia Militar dentro de um tempo máximo de apenas dez minutos. Atualmente 1035 pessoas utilizam a tornozeleira eletrônica na Região Metropolitana de Goiânia e outras 500 estão sendo instaladas em detentos no interior do Estado.