Denunciados pela morte de Valério Luiz vão a júri nesta segunda-feira. MP pede que sessão não seja transmitida pelo Youtube

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Após três adiamentos, o julgamento dos réus apontados como sendo os responsáveis pela morte do radialista Valério Luiz, ocorrida em 5 de julho de 2012, será realizado nesta segunda-feira (02/05), a partir das 8h30, no Plenário do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO). Serão julgados o ex-cartorário Maurício Sampaio, Ademá Figuerêdo Aguiar Filho, Djalma Gomes da Silva, Urbano de Carvalho Malta e Marcus Vinícius Pereira Xavier.

Por força do Decreto Judiciário nº 2.437 de 2021, apenas aquelas pessoas que são indispensáveis para a realização do júri terão autorização a entrar no local. De acordo com o documento, em “atos presenciais, principalmente sessões de julgamento do tribunal do júri de réus presos e soltos, o magistrado deve limitar a presença às pessoas imprescindíveis para a realização do ato”. Diante disso, nem família dos envolvidos, público ou imprensa poderão adentrar o recinto.

O TJGO informou que a imprensa poderá cobrir o julgamento de maneira remota, via Youtube oficial do tribunal. Contudo, o Ministério Público de Goiás (MPGO) solicitou ao poder Judiciário que o júri dos cinco réus não seja transmitido ao vivo pelo canal. O pedido foi incluído nos autos na última sexta-feira (29), às 16h35. É assinado pelos promotores Maurício Gonçalves de Camargos, Sebastião Marcos Martins e Renata de Oliveira Marinho e Sousa.

No pedido, o MP diz que, considerando a natureza dos fatos em apuração (crime de mando e pistolagem), manifesta-se contrário a referida transmissão. “Da qual não foi devidamente cientificado anteriormente e que poderá expor desnecessariamente e casuisticamente todos os envolvidos no ato judicial.”

Adiamentos

O último adiamento ocorreu em 14 de março passado, em razão da renúncia do defensor do empresário Maurício Sampaio, o advogado criminalista Ney Moura Teles. Agora, Sampaio, que é apontado como mandante do crime, tem como defensor o advogado Luiz Carlos Silva Neto.

Desde março, Sampaio recorreu sete vezes à Justiça para que o júri fosse novamente adiado, mas teve os pedidos negados. Em um deles, o empresário acusa o juiz Lourival Machado da Costa, responsável pelo julgamento, de parcialidade, em função de uma suposta inimizade com o acusado.

Julgamento

Durante o julgamento, além dos réus, serão ouvidas 30 testemunhas. Atuam na acusação os promotores de Justiça Maurício Camargo, Renata Souza e Sebastião Martins. Eles têm três outros assistentes de acusação. Um deles é o filho da vítima, Valério Luiz de Oliveira Filho. E os outros dois: Lorena Nascimento e Silva e Jales Rodrigues Naves Júnior.

Denúncia

De acordo com a denúncia, o crime foi cometido por volta das 14 horas de 5 de julho de 2012, na Rua T-38, no Setor Bueno, a poucos metros da emissora em que a vítima trabalhava. Segundo o MPGO, o inquérito policial apurou que Ademá Figuerêdo Aguiar Filho, em “conluio, repartição de tarefas e contando com a participação dos demais denunciados, efetuou vários tiros em Valério Luiz de Oliveira, causando-lhe a morte imediata”.

O MP-GO sustenta que as constantes e enfáticas críticas que Valério Luiz fazia à diretoria do Atlético Clube Goianiense, no exercício da profissão de jornalista e radialista esportivo, nos programas Jornal de Debates, da Rádio Jornal 820 AM, e Mais Esporte, da PUC-TV, teriam desagradado o empresário Maurício Sampaio, que era dirigente do clube de futebol. Os comentários da vítima geraram acirrada animosidade e ressentimento no empresário, com desentendimentos, segundo a denúncia apresentada.