Começa julgamento do caso Valério Luiz; Maurício Sampaio tem novo advogado para representá-lo no júri popular

Acaba de começar, nesta segunda-feira (7), no auditório do Tribunal de Justiça de Goiás, no Setor Oeste, em Goiânia (GO), o julgamento dos cinco acusados pela morte do radialista Valério Luiz. A sessão teve início com uma novidade: o criminalista Ricardo Naves é o novo defensor de um dos réus, Maurício Sampaio. Ele é apontado como sendo o mandante do assassinato, ocorrido em 5 de julho de 2012.

Além de Maurício Sampaio, serão julgados por um júri popular Ademá Figuerêdo Aguiar Filho, Djalma Gomes da Silva, Urbano de Carvalho Malta e Marcus Vinícius Pereira Xavier.  O réu Marcos Vinícius está em Portugal e vai assistir ao julgamento pela internet. A sessão está sendo presidida pelo juiz Lourival Machado.

Durante o julgamento, além dos réus, serão ouvidas 24 testemunhas. Atuam na acusação os promotores de Justiça Maurício Camargo, Renata Souza, José Carlos Nery e Sebastião Marcos Martins. Além do assistente de acusação, Valério Luiz de Oliveira Filho, que é filho da vítima.

Advogado Ricardo Naves (foto) será o responsável pela defesa de Maurício Sampaio

Uma das testemunhas a serem ouvida será o delegado da Polícia Civil Hellyton Carvalho, que conduziu as investigações ocorridas em 2012.

Adiamentos

Esta é a quinta tentativa do julgamento do caso. Os réus recorreram da pronúncia com recursos que chegaram ao STJ e STF, que confirmou a decisão. O júri, então, foi marcado para junho de 2020, mas em razão da pandemia, foi adiado para 14 de março de 2022. Nesta data, o advogado que representava Maurício Sampaio havia desistido da defesa e, sem um defensor constituído no processo, ele não poderia ser julgado.

Por isso, o juiz Lourival adiou o júri para 2 de maio, contudo, os advogados de Maurício Sampaio abandonaram a sessão. Uma nova data foi agendada para o dia 14 de junho, mas um jurado passou mal no segundo dia de julgamento e, como ele deixou o hotel para procurar atendimento médico sem comunicar o oficial de justiça, o juiz, mais uma vez, precisou suspender o júri.

Plenário do TJGO sedia a sessão do júri popular iniciada no começo da manhã de hoje (7)

Para evitar qualquer problema, como no júri anterior, para esta nova sessão, o juiz Lourival Machado determinou que dois oficiais e um policial militar permaneçam no hotel com os sorteados para participar do julgamento.

Denúncia

De acordo com a denúncia, o crime foi cometido por volta das 14 horas de 5 de julho de 2012, na Rua T-38, no Setor Bueno, a poucos metros da emissora em que a vítima trabalhava. Segundo o MPGO, o inquérito policial apurou que Ademá Figuerêdo Aguiar Filho, em “conluio, repartição de tarefas e contando com a participação dos demais denunciados, efetuou vários tiros em Valério Luiz de Oliveira, causando-lhe a morte imediata”.

O MP-GO sustenta que as constantes e enfáticas críticas que Valério Luiz fazia à diretoria do Atlético Clube Goianiense, no exercício da profissão de jornalista e radialista esportivo, nos programas Jornal de Debates, da Rádio Jornal 820 AM, e Mais Esporte, da PUC-TV, teriam desagradado o empresário Maurício Sampaio, que era dirigente do clube de futebol. Os comentários da vítima geraram acirrada animosidade e ressentimento no empresário, com desentendimentos, segundo a denúncia apresentada.