Casal que caiu no golpe do boleto falso ganha direito a suspensão de parcelas de financiamento

Publicidade

Um casal teve direito a suspensão de parcelas do financiamento de um veículo, após ser vítima de um golpista que se passou pelo banco, tendo prejuízo de quase R$ 8 mil. A Justiça acatou a tese apresentada pela Defensoria Pública de que houve falta de segurança nas informações contratuais e pessoais sigilosas às quais apenas a instituição financeira e o casal teriam acesso após financiamento em Aparecida de Goiânia.

“A fraude narrada somente foi exitosa porque o fraudador teve acesso a todos os dados do requerente. Seria impossível a qualquer pessoa desconfiar de alguém que possua, com tanta eficiência e assertividade, dados sigilosos. Aliás, há infindáveis relatos envolvendo a requerida cujo teor da narrativa é o idêntico: vazamento de dados de clientes que culminaram em fraude”, destaca o defensor público Tiago Bicalho, titular da 5ª Defensoria Pública de Atendimento Inicial da Capital, que atuou em defesa do casal.

O golpe do boleto falso

Em dezembro de 2019, o casal contratou, no Banco Votorantim S.A, o financiamento de um carro. Desde então, sempre esteve em dia com os pagamentos. No entanto, em julho de 2020, ele foi surpreendido com uma ligação de um suposto funcionário da instituição bancária oferecendo renegociação dos valores em aberto das parcelas do financiamento.

O suposto representante da BV Financeira propôs um desconto de 50% sobre os valores de todas as prestações restantes. A informação era de que, em razão da pandemia, a instituição bancária estava oferecendo condições mais vantajosas para pagamento. A proposta pareceu convincente, já que o então “representante” tinha conhecimento de absolutamente todas as informações do contrato de financiamento. Durante a ligação, para ganhar a confiança do casal, o interlocutor falou nome, telefone, CPF, endereço, veículo financiado, cor do veículo, placa, prestações pagas e prestações em aberto e, ainda, o valor da prestação.

Absolutamente convencido de que falava com um legítimo representante da instituição financeira, ele manifestou interesse em quitar 25 parcelas da dívida. Na sequência, recebeu o boleto bancário para pagamento no valor de R$7.998,20. Importante ressaltar que o boleto foi entregue, via WhatsApp, com todas as informações pessoais e contratuais corretas e, ainda, a conta do mensageiro continha a logomarca da instituição financeira.

Somente após o pagamento do boleto é o casal desconfiou que foi vítima de um golpe, pois o beneficiário e o CNPJ constantes no comprovante de pagamento divergiam daqueles que constavam nos boletos do financiamento. O casal então entrou em contato com o Banco Votorantim S.A. e foi orientado a lavrar boletim de ocorrência, mas não obtive nenhum retorno quanto ao recebimento dos valores e as reclamações. Antes de pedir a assistência da DPE-GO, o casal ainda tentou a solução extrajudicial, via Procon, mas sem êxito. Com informações da DPE-GO

Processo: 5032697-95.2021.8.09.0011