Até 2023, o Brasil deverá ter 2 milhões de advogados; número de profissionais é um desafio para o mercado

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O Brasil deve ultrapassar a marca de 2 milhões de advogados até 2023. A tendência é apontada pela crescente do número de advogados no País que ingressa no mercado a cada ano. Segundo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) a cifra saltou de 1 milhão em 2016 para os atuais 1.237.932. Em uma comparação simples, podemos dizer que há um advogado para cada 170 habitantes, uma vez que o IBGE projeta que a população brasileira ultrapassou os 210 milhões de habitantes em 2019.

O crescimento nos números da categoria pode ser constatado na Fenalaw, maior plataforma de conteúdo e de negócios jurídicos da América Latina. Nos últimos quatro anos, o número de visitantes do evento aumentou em 75%, com profissionais de departamentos jurídicos e de escritórios de advocacia vindos de todo o Brasil. A 16ª edição do evento acontecerá de 23 a 25 de outubro, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo.

“Para estar à frente da concorrência acirrada, o profissional encontra na Fenalaw uma capacitação que não é ensinada na sala de aula. Nos três dias de evento, a programação de conteúdo traz temas ligados à gestão, rentabilidade, cases de sucesso, tendências que vão afetar o setor no Brasil e no mundo e outros temas diversos ligados ao setor jurídico”, comenta o diretor de portfólio da Informa Markets, Hermano Pinto.

Gestão de pequenos e médios escritórios

O mercado profissional do advogado no Brasil enfrenta uma realidade que exige dos escritórios de advocacia uma gestão profissional atualizada que amplie a visão estratégica do negócio. Um dos pontos de partida é acertar na adoção de práticas de gestão de pessoas capaz de valorizar e manter talentos.

No Congresso de Gestão de PME’s, que acontece durante a Fenalaw, serão tratadas essas questões que envolvem liderança, o poder do feedback e a gestão da cultura na advocacia.

“Há uma deficiência na gestão de pessoas nos escritórios de pequeno e médio porte que definem estratégias focadas apenas em números, com o objetivo de alcançar resultados rápidos sem considerar primeiro a construção de ambiente saudável e a preparação dos colaboradores, que são a base para proporcionar o sucesso de qualquer empresa”, explica a advogada e CEO da Performance Juris, presidente CEIG/OABGO e coordenadora nacional da MBA Gestão de Jurídica do IPOG, Ísis Passos Fontenele.

A advogada é uma das especialistas que estará no Congresso. Na série de palestras, além da gestão de pessoas, serão apresentados outros pilares essenciais para que os escritórios de advocacia prosperem, como: metodologias para aumento da produtividade, marketing jurídico, controladoria, formação de preços, jurimetria, implantação de softwares e aplicativos.

As tendências e desafios para os departamentos jurídicos

Além do Congresso de Gestão de PME’s, na Fenalaw há um espaço reservado também para o Congresso de Escritórios Grandes e o de Departamentos Jurídicos. Neste último, um dos destaques mais aguardados são os debates sobre a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) que começa a valer em 2020 com a definição de regras para companhias que lidam com informações pessoais.

O gestor jurídico da Nors Brasil e professor de gestão jurídica no IBMEC, Benedito Villela – que colaborou na coordenação da programação – ressalta que, para abordar o tema, foram convidados executivos jurídicos de grandes empresas, como a Johnson & Johnson, UBER e Google. “A ideia é que eles possam compartilhar a expertise em relação à aplicação da lei, penalidades e o comportamento de agências regulatórios nos Estados Unidos e em países da Europa”, diz.

A falta de conhecimento explica a expectativa sobre o assunto. Segundo pesquisa recente da Serasa Experian, 85% das empresas brasileiras afirmam ainda não estar preparadas para garantir os direitos e deveres da LGPD. A pesquisa entrevistou executivos de 508 companhias de 18 áreas de atividade, com diferentes portes e segmentos, em todas as regiões do País.

Outro tema que deve chamar a atenção do público é a desjudicialização dos tribunais brasileiros com o aumento das ferramentas de disputa alternativas, em especial as onlines, conhecidas como Online Dispute Resolution (ODR).

“A prática tem despertado muito o interesse das empresas que estão investindo em canais próprios de resolução de disputas online, porque custam menos e contribuem para a imagem da marca. Hoje existem plataformas como o consumidor.gov que acelera as soluções de conflitos entre consumidores e fornecedores. O Mercado Livre é um exemplo que estará na Fenalaw para falar de um case de sucesso da empresa”, revela Villela.

Para participar

O credenciamento online de visitante e as inscrições para o Congresso Fenalaw estão abertos no site: www.fenalaw.com.br. A credencial de visitante é válida para os três dias de evento com acesso gratuito à área de exposição e às Fenatalks.