OAB-GO 92 anos: aos ‘Sempre Presidentes’, memórias de gratidão

Rafael Lara Martins*

Neste 14 de dezembro, a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) completa 92 anos de história. Desde a singela sala junto ao Fórum da cidade de Goiás até a atual sede no Setor Marista, em Goiânia, 27 lideranças transformaram aquela modesta agremiação profissional em nada menos que a maior entidade civil deste Estado na contemporaneidade.

Os chamo de “sempre presidentes” e de membros honorários vitalícios todos estes que, assim como eu, se empenharam em posicionar a OAB como um bastião de serenidade em momentos turbulentos do Estado de Goiás; e como solução em tempos de crises institucional, econômica e social, cumprindo sua missão de defender a constituição e a ordem jurídica do Estado democrático de direito.

De Emílio Francisco Póvoa a Lúcio Flávio Siqueira de Paiva, são homens e mulheres que dedicaram parte de suas vidas à construção de uma entidade que defendesse as prerrogativas não só da advocacia, como também dos direitos dos cidadãos e cidadãs. Mais do que enaltecê-los, precisamos agradecê-los por toda a dedicação. Eles não podem – e nem devem – passar anônimos. A História deve condecorá-los.

Eles, que foram escolhidos pela advocacia, guiaram a nossa instituição nestes 92 anos. Sim, houve erros durante esse caminho, mas também muitos acertos. Se somos grandes hoje, muito se deve àqueles que nos antecederam. E meus amigos, a gratidão, é a memória do coração.

A esses sempre presidentes, mais do que memórias, nossa gratidão.

Muito além de uma entidade de classe, tornamo-nos uma entidade que cuida dos interesses da cidadania. Ora, isso é facilmente compreendido: sem a advocacia, não há como garantir os direitos da sociedade. Sem as prerrogativas, a advocacia não tem condições plenas de desempenhar suas funções; e sem a OAB, a luta por essas prerrogativas é enfraquecida.

Os mandatos encerraram-se, mas tudo o que a OAB executou nestes 92 anos, absolutamente tudo, resultou de uma obra coletiva e assim permanece. Seja no imaginário da coletividade ou materialmente, somos e nos tornamos algo positivo, ao qual a advocacia e a sociedade confiam e recorrem.

Os bastões foram passados e entregues em várias mãos e, costumo dizer, que a OAB não é uma não é uma corrida de 100 metros, é uma maratona em que o esforço precisa ser administrado.

Nenhum de nós é melhor ou pior do que o outro. Nenhuma etapa é mais importante do que a outra. Todos são absolutamente iguais. Um todo indivisível e inquebrantável, como são as coisas que se unem pelo amor. O amor de uma profissão que faz do próximo o próprio eu.
Como atual presidente da OAB Goiás, compreendo as agruras do cargo, a necessidade latente de abdicação da vida familiar, profissional e pessoal, assim como a necessidade de resolver tensões de grande envergadura, tudo em nome de um interesse maior, acima de tudo.

Porque nós, advogados e advogadas, somos pilares essenciais do Estado Democrático de Direito, imprescindíveis para a manutenção da democracia e da justiça. Não por acaso, essa missão nos foi outorgada pela Constituição Federal. Por isso, é tão importante valorizar e honrar seus líderes.

A todos os nossos sempre presidentes, muito obrigado!

Viva à advocacia goiana. Viva os 92 anos da OAB Goiás!

*Rafael Lara Martins é presidente da OAB-GO.