O contador vislumbra o futuro e saúde das organizações

*Henrique Ricardo Batista

Como dito pelo estudioso Luca Pacioli, o pai da contabilidade moderna, “Dentre as verdades, como afirmam Aristóteles e Averróis, as nossas matemáticas são as mais verdadeiras e estão no primeiro grau de certeza, e a estas seguem-se todas as demais ciências naturais”.

Neste 22 de setembro, comemora-se o Dia do Contador em razão da criação do primeiro curso de Ciências Contábeis no Brasil, regulamentado por meio do Decreto-Lei nº 7.988, assinado pelo presidente Getúlio Vargas no ano de 1945.

O contador é parte da estrutura básica de qualquer entidade, sejam elas públicas ou privadas, sendo responsável pela interpretação dos atos, de fazer os registros, elaborar os demonstrativos e oferecer as informações sobre o resultado econômico e a composição do patrimônio.

O período de crise mundial que enfrentamos fez a sociedade repensar sua forma de vida e tornou necessário o reajuste nos mais diversos setores, principalmente na gestão financeira das empresas. Não existe mais uma tarefa sequer que seja simples e rápida e que possa ser feita sem calcular e prever possíveis contratempos.

A ciência da contabilidade sempre foi fundamental para manter os negócios estáveis e competitivos. Muitos empresários não compreendiam ou ainda não entendem a real importância de contar com o auxílio contábil. Os contadores são responsáveis por cuidar do setor financeiro, tributário, econômico e patrimonial das organizações, auxiliando na gestão de crise, ou seja, peça essencial no momento em que nos encontramos.

O governo federal adotou diversas medidas trabalhistas a fim de reduzir os efeitos negativos na economia do País. A Medida Provisória nº 1.046/2021, em abril, trouxe mudanças significativas na forma de se trabalhar com contabilidade. Os empregadores puderam adotar o teletrabalho sem necessidade de aditivo ao contrato de trabalho, antecipação de férias individuais mesmo sem completar o período aquisitivo, concessão de férias coletivas, antecipação de feriados federais, estaduais, distritais e municipais e parcelamento no FGTS.

Vivemos na “pele”, dentro das organizações e na prestação dos serviços, essas transformações que ocorreram nas legislações. Se antes era preciso reduzir os riscos, hoje isso é uma questão que pode manter a empresa presente no mercado, de modo saudável e sustentável.

O contador abandonou os arranjos empíricos e utiliza a linguagem tecnológica, tornando-se um especialista em consultoria e gestão, atuando lado a lado com a área de gestão da empresa, fornecendo dados sobre a saúde do negócio, no intuito de ajudar com ações para alavancar o desempenho da entidade. Tudo tem a finalidade de reduzir os custos, aumentar o faturamento e planejar os encargos tributários.

O saudoso contador Lopes de Sá disse: “É preciso que o indivíduo que entende o que está sendo informado é que possa usar a informação. O contador é este homem. Este é o verdadeiro papel do contador. É observar o que acontece, anotar o que acontece, arrumar o que acontece, evidenciar o que acontece, e depois dizer: está acontecendo isso ou aquilo. Ou seja, a explicação dos fatos e a interpretação dos acontecimentos competem exatamente ao contador”.

Parabenizo a todos os Contadores e Contadoras, que não veem somente números, mas também conseguem vislumbrar o futuro de uma entidade – tudo isso a partir de sua sabedoria e dedicação.

*Henrique Ricardo Batista é contador e vice-presidente de Fiscalização do Conselho Regional de Contabilidade de Goiás (CRCGO)