Como o advogado pode fazer marketing sem ferir o Código de Ética?

*Thiago Marques

Independentemente do tamanho e tempo de atuação da banca, o marketing jurídico pode ser um diferencial na gestão do escritório se for feito corretamente. Afinal, além de contribuir para a prospecção de forma ética, a estratégia ajuda no fortalecimento da marca. Em um mercado com mais de 1 milhão de advogados ativos no Brasil, é cada vez mais importante se destacar.

Mas como começar um planejamento?

Em primeiro lugar você precisa ter um público-alvo definido, um segmento que queira atuar, seja ele direito público, direito do consumidor ou outra área do direito, é necessário ter essa segmentação para poder criar autoridade. Se uma pessoa tiver problemas relacionado ao direito do consumidor dificilmente irá procurar um especialista em direito agrário para resolver seu problema.

Uma boa ferramenta para escolher seu público alvo e também ajudar a definir as estratégias do seu escritório é o modelo de Análise SWOT (https://thiagosubtil2011.jusbrasil.com.br/artigos/676594660/analise-swot-na-advocacia).

Logo após a definição do seu público-alvo, o próximo passo é definir um canal de comunicação onde vai expor suas ideias, pontos de vista e argumentações, e se relacionar com seus leitores/seguidores.

Baseando-nos no que é permitido pelo Código de Ética da OAB, existem formas fáceis e práticas de um advogado fazer o seu marketing, como criar um newsletter periódico para seus clientes, escrever artigos e publicá-los em jornais e sites, criar um perfil em redes sociais onde pode postar conteúdo informativo sobre assuntos de interesse geral, criar um blog onde pode comentar sobre notícias relevantes, realizar eventos sobre determinados assuntos etc.

A pesquisa digital IN 2016, da We Are Social, mensura que 45% da população brasileira já está nas mídias sociais, ou seja, as redes sociais estão presentes na rotina das pessoas. Em uma pesquisa recente, foi constatado que as pessoas antes de contratarem um advogado, elas pesquisam entre 03 (três) profissionais da área e, todas as pesquisas, são feitas online.

Ter um site bem feito é importante para aumentar as oportunidades de negócio tanto de um escritório de advocacia quanto de um advogado autônomo. Mas, para quem faz ou quer fazer marketing jurídico na internet, o site institucional é apenas o primeiro passo de uma estratégia eficiente focada em resultados. Para conseguir se destacar no mercado e ter acesso direto ao seu público potencial, estar presente nas redes sociais de forma relevante deve ser uma das principais prioridades do seu planejamento de marketing.

Quanto ao visual, o Código de Ética determina que são permitidas fotos corporativas, logotipos e ilustrações que, no entanto, não podem ser incompatíveis com a sobriedade da advocacia. A identidade visual é um conjunto de elementos que constroem, na cabeça dos clientes, prospects e amigos, a imagem do seu escritório de advocacia. Portanto melhorar a aparência da sua marca, então, também significa melhorar o Networking, e sua imagem para quem o vê.

Mas se engana quem pensa que “Identidade Visual” se trata apenas de logomarca e slogans bem definidos e desenhados. Principalmente no mercado jurídico, a identidade visual remete diretamente a advogada ou advogado que está sendo observado. O seu visual, as suas roupas, o tom de voz, o seu jeito de conversar, tudo isso remete a sua “identidade”, pois será assim que as pessoas lembrarão de você!
Então, de nada adianta ter uma logomarca bonita se não corresponde a você! Pois criar uma identidade visual se trata também de criar um espaço na mente das pessoas e consequentemente melhorar sua credibilidade!

Para um Advogado que desrespeita o Código de Ética, a punição pode ir desde uma advertência até a exclusão do advogado dos quadros da OAB. Assim, é importante que ele, como profissional, saiba os limites do seu marketing ou, se não souber, deve consultar pessoas especializadas que direcionem o seu marketing da forma mais correta.

*Thiago Marques, consultor de marketing jurídico.