Após prisão do suspeito de ser o mandante do assassinato de advogados, OAB divulga nota agradecendo atuação da polícia

A OAB-GO divulgou, na noite desta terça-feira (17), nota publica de agradecimento às forças policiais pela prisão dos acusados de envolvimento nas mortes de dois advogados em Goiânia no último dia 28 de outubro, dentro do próprio escritório, no Setor Aeroporto. “É com muita satisfação que Ordem dos Advogados do Brasil – seção Goiás vem a publico parabenizar as forças de Segurança do Estado de Goiás pelo brilhante trabalho que resultou nas prisões de executores, intermediários e mandantes dos bárbaros assassinatos dos advogados Marcus Aprígio Chaves e Frank Alessandro Carvalhaes de Assis.”

Ontem, a Polícia Civil anunciou a prisão de mais três envolvidos na morte dos causídicos. O agricultor Nei Castelli, de 58 anos, está detido na Delegacia de Investigações de Homícidios, acusado de ser o mandante dos assassinatos. Ele foi preso por volta das 17 horas, em Catalão. Tudo indica que a motivação do crime seria a disputa por uma fazenda que vale mais de R$ 46 milhões. Até a noite de ontem Castelli ainda não tinha advogado constituído.

O imóvel está localizado na divisa de Goiás com a Bahia, na região de São Domingos, Nordeste do Estado. A área é conhecida como Rainha da Serra ou Fazenda dos Netos. De acordo com as investigações da polícia, Castelli comprou a fazenda no início dos anos 2000. No entanto, outro fazendeiro ganhou, na Justiça, o direito de ser reintegrado na posse do imóvel em 2019. Trata-se de Roberto Wypich, que foi representado na ação judicial pelos dois advogados assassinados. Além de perder o imóvel, Castelli teria sido condenado pela Justiça a pagar as despesas processuais e os honorários de sucumbência, a Frank e Marcus, arbitrados em 10% do valor causa.

Além do acusado de ser o mandante, a Polícia também prendeu um casal no último dia 9 de novembro, no Tocantins. Um dos presos teria dado carona e repassado o dinheiro para os dois executores do crime permanecerem em Goiânia até o dia do assassinato. O casal teria confessado em detalhes sua participação no crime e apontado o mandante preso como responsável por todo o planejamento do crime.

Pedro Henrique Martins Soares, de 25, que foi detido no Tocantins dois dias após o crime é apontado pelas investigações como sendo o autor dos disparos de arma de fogo que mataram as vítimas. Pedro ostenta extensa ficha criminal, inclusive por homicídios, e é considerado indivíduo de extrema periculosidade. Sua prisão foi realizada por agentes da Polícia Civil da DIH de Goiás e agentes da Polícia Civil do Tocantins.

Pedro Henrique estava acompanhado na hora do crime por Jaberson Gomes, 24, que também ostenta antecedentes por crimes graves. Ele foi morto, em Porto Nacional (TO), no dia 30 outubro, durante um confronto com policiais militares da PMTO.

Sensação de impunidade afastada

Na nota pública divulgada pela OAB-GO, ela frisa que a atuação irrepreensível das corporações envolvidas nas investigações motiva o contentamento de toda a advocacia goiana e afasta deletéria sensação de impunidade que ao longo dos anos vem estimulando toda sorte de crimes envolvendo a profissão do advogado. “A OAB-GO exige e sempre cobrará do Estado atuação firme quando necessário. É seu dever constitucional. Mas também sabe reconhecer o esforço, a dedicação e a competência das nossas polícias, que hoje nos enche de orgulho”, frisou o documento, assinado pelo presidente Lúcio Flávio de Paiva.

Segundo ele, elucidado o crime, a OAB-GO continua vigilante, acompanhando o caso com muita atenção. Para que os malfeitores sejam levados às barras dos tribunais e exemplarmente punidos pelo mal que fizeram a dois jovens e brilhantes profissionais; às famílias enlutadas, amigos, colegas; e a todos os goianos que acreditam na democracia, no Direito e na Justiça para a solução pacífica dos conflitos.