Após morte de advogados, representantes da OAB-GO discutem com a Polícia Civil porte de arma para a categoria

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Após o assassinato de mais dois advogados em Goiás, ocorrido no dia 28 de outubro, dentro do próprio escritório em Goiânia, membros da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) se reuniram com o delegado-geral da Polícia Civil, Odair José Soares, para discutir medidas de segurança para a categoria, como a liberação de porte de armas para advogados como forma de “autodefesa”. O encontro ocorreu na manhã desta terça-feira (03).

De acordo com Edemundo Dias, presidente da Comissão Especial de Trabalho para Acompanhar as Investigações de Casos de Violência Praticados Contra Advogados em Goiás (Cetiva), que esteve presente no encontro, crimes contra advogados vem aumentando no Estado. Ele cita levantamento feito pela própria OAB-GO que aponta 24 vítimas nos últimos 16 anos o que, segundo diz, justificaria a concessão do porte de arma aos causídicos.

Para Edemundo, dois argumentos pesam para o porte de arma. Segundo ele, o primeiro deles é a paridade. “Se aqueles que trabalham na administração da Justiça têm direito, os advogados também tem. Outra coisa, é uma questão de autodefesa. O cidadão tem o direito de se defender”, afirma o presidente da Comissão. A matéria, no entanto, precisa ser discutida no Congresso Nacional a quem cabe aprovar lei específica sobre o caso.

Suspeitos identificados

O encontro de hoje foi agendado após a morte dos advogados Marcus Aprígio Chaves, de 41 anos, e Frank Alessandro Carvalhaes, de 47. Dois suspeitos foram identificados pela Polícia. Pedro Henrique Martins Soares, de 25 anos, foi preso e confessou ter atirado nos advogados e sustenta a versão de latrocínio, quando o roubo resulta em morte. A Polícia Civil não acredita na versão de que ele e o comparsa, Jaberson Gomes, morto em confronto com a PM do Tocantins, tenham viajado mais de 1 mil quilômetros até Goiânia para roubar R$ 2 mil no escritório dos advogados.

Em nota, a Polícia Civil informa que a força-tarefa logo para investigar o crime segue “em diligências para apurar a motivação do assassinato” e também apura a possibilidade de existir um mandante do crime. O comunicado destaca ainda que o inquérito está sob sigilo e detalhes só serão passados quando da sua conclusão.