A Advocacia-Geral da União (AGU) anunciou a incorporação da inteligência artificial (IA) generativa em seus processos de trabalho, com foco na gestão e produção de documentos jurídicos e administrativos. A novidade, que faz parte do sistema de gestão de documentos da instituição, o Super Sapiens, foi batizada como iAGU, em referência à integração da IA nas atividades do órgão.
O anúncio ocorreu durante o evento “Transformação Digital da Advocacia Pública Nacional”, promovido pela AGU em parceria com diversas entidades, como o Colégio Nacional de Procuradores-Gerais dos Estados e do Distrito Federal (Conpeg). O uso das ferramentas de IA estará disponível para membros e servidores da AGU, oferecendo desde assistentes textuais até mecanismos de triagem e classificação de documentos.
Impacto da IA no trabalho da AGU
As novas ferramentas visam agilizar a rotina de advogados da União e procuradores federais, permitindo que tarefas repetitivas, como a classificação de processos e a criação de modelos de petições, sejam automatizadas. Assim, os profissionais poderão direcionar mais tempo para atividades estratégicas, como a formulação de estratégias jurídicas ou a análise de acordos judiciais.
O uso da IA no Super Sapiens permitirá, por exemplo, que advogados obtenham sugestões de textos jurídicos, resumos de processos complexos ou extração automática de dados de documentos processuais. A IA servirá como uma ferramenta de apoio, sem substituir a inteligência humana na elaboração dos documentos.
Ferramentas disponibilizadas
Entre as novas funcionalidades estão:
-Chat de inteligência artificial: Capaz de gerar textos e responder consultas específicas por meio da interface do Super Sapiens.
-Assistente de IA no editor de texto: Ferramenta que auxilia na construção de textos jurídicos, com a possibilidade de expandir trechos e incluir referências jurídicas.
-Classificador de documentos: Mecanismo que identifica e organiza documentos processuais de forma automatizada.
-Triagem e extração de dados: Ferramenta que processa petições iniciais e gera resumos com referências jurídicas, facilitando a distribuição dos processos para as unidades responsáveis.
Eficiência
Com essas funcionalidades, a AGU visa aumentar a eficiência de suas operações e melhorar a prestação de serviços públicos. A instituição, que movimenta cerca de 16 milhões de processos judiciais por ano, produziu mais de 22,5 milhões de manifestações jurídicas em 2023.
A adoção de tecnologias como a IA tem potencial para impactar diretamente a sociedade, já que a AGU atua em casos que envolvem arrecadação e economias bilionárias para os cofres públicos, além de acordos previdenciários que beneficiam cidadãos de menor renda.
A implementação das ferramentas ocorrerá em fases, e o uso do classificador e da triagem de documentos automatizada será inicialmente voltado para processos de primeira instância no contencioso judicial.