Advogado é algemado e agredido por policiais militares do Giro nesta quarta-feira em Goiânia

Um advogado foi agredido pela Polícia Militar nesta quarta-feira (21) nas proximidades do camelódromo da Praça da Bíblia, em Goiânia (GO), quando tentava intervir na prisão de um flanelinha. Mesmo tendo se identificado, ele foi algemado e jogado no chão por policiais do  Grupamento de Intervenção Rápida Ostensiva (Giro). As cenas foram filmadas por populares e estão circulando pelas redes sociais.

Levado para a Central de Flagrantes,  Orcélio Ferreira Júnior passou por exame de corpo de delito. Mas, após o procedimento, quando estava sendo levado para triagem, afirma que voltou a ser agredido e cobra novo exame para provar as lesões que alega ter sofrido na cabeça.

O advogado está sendo assistido por criminalistas da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas de Goiás (Abracrim-GO) e Associação Goiana dos Criminalistas (AGCrim). Várias notas de repúdio já foram publicadas em seu favor por colegas nas redes sociais.

A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) também se manifestou em favor do profissional. “A truculência e o despreparo demonstrados pelos policiais nos vídeos chocam, basicamente, pelo abuso nítido na conduta dos policiais, que agiram de forma desmedida, empregando força além da necessária para o caso, em total descompasso com as garantias constitucionais, legais, e até mesmo contra as disposições contidas no Procedimento Operacional Padrão (POP) da Polícia Militar do Estado de Goiás”, frisa o presidente da OAB-GO, Lúcio Flávio de Paiva.

Ao apresentar o repúdio, a OAB-GO exige providências imediatas do Governo de Goiás, da Secretaria de Segurança Pública, bem como da Corregedoria da Polícia Militar, quanto ao imediato afastamento dos responsáveis pela agressão, abertura de procedimento investigatório contra todos os agentes estatais envolvidos, para que sejam prontamente identificados e processados por crime de abuso de autoridade (Lei n. 13.869/2019), e outras eventuais tipificações condizentes às rigorosas sanções administrativas e criminais.

Em nota, a Polícia Militar afirmou que, ao tomar conhecimento das imagens publicadas, a instaurou um Procedimento Administrativo Disciplinar para apurar os fatos e ainda determinou o afastamento, das atividades operacionais, do policial militar envolvido na abordagem.