Acusados de atentado a bomba contra Walmir Cunha são condenados a quase 12 anos de prisão

Walmir Cunha ladeado pelos pais após a leitura da sentença hoje à tarde

Marília Costa e Silva

Os irmãos Ovídio e Valdinho Rodrigues Chaveiro, denunciados pelo atentado a bomba contra o advogado Walmir Cunha, em julho de 2016, foram condenados a 11 anos, nove meses e 16 dias pela 2ª Vara Criminal dos Crimes Dolosos contra a Vida e Tribunal do Júri de Goiânia. A sentença acaba de ser lida pelo juiz Lourival Machado da Costa, que presidiu o julgamento, que teve início nesta quinta-feira (30) e terminou por volta das 17 de hoje, no plenário do Fórum Criminal de Goiânia. A defesa garante que vai recorrer da sentença pois sustenta a inocência dos réus. Veja a sentença

Os sete jurados, duas mulheres e cinco homens, acolheram a tese apresentada pelo Ministério Público de que os dois irmãos enviaram uma encomenda com explosivos para o causídico, no dia 17 de julho de 2017. Ele teve ferimentos graves, que o deixaram sem três dedos e parte da mão esquerda, queimaduras no abdome e fratura no pé esquerdo.

Os irmãos, que são policiais federais aposentados e estão presos há 1 ano e oito meses, foram julgados por um júri popular por tentativa de homicídio triplamente qualificado com as qualificadoras de motivo torpe, crime cometido com emprego de explosivo e dissimulação. Testemunhas reconheceram por meio de fotografias nos autos Ovídio como sendo a pessoa que entregou o artefato explosivo para ser entregue ao advogado. Ele foi levado ao escritório por um motoboy contratado para a tarefa. Ele não teve participação no caso e foi uma das testemunhas ouvidas nesta quinta-feira (30). Ele garantiu ter reconhecido José Hélio como sendo quem entregou o pacote para ser enviado ao causídico.

Advogado de defesa, Maeterlin Camarço conversa com a família dos réus

Os acusados conforme sustentado pela promotora de Justiça Renata Marinho, responsável pela acusação, teriam ficado insatisfeitos com a boa atuação de Walmir Cunha em uma ação que tramitava em das varas de família da capital. Ele representava um cliente, que demandava contra a filha de um dos envolvidos. Imagens gravadas por uma câmera de vídeo no Setor Jardim Guanabara registraram o momento em que o motoqueiro foi contratado para levar o artefato ao escritório do advogado. As cenas foram fundamentais para identificação dos envolvidos.

Walmir Cunha, que esteve presente durante todos os dois dias que duraram o julgamento do caso, garante que foi feita justiça. Ele falou ao Rota Jurídica que tinha convicção de que os autores do atentado seriam condenados pelo caso. “Não tenho revolta e nem ódio dos réus mas queria que sofressem as punições previstas em lei”, frisou emocionado, dizendo que não “está feliz com a sentença, mas apenas reflexivo”, pois acredita que a punição foi exemplar e reforça sua fé na Justiça.