Estudantes se manifestam pedindo melhorias no transporte coletivo e pedem ação do MP-GO

Estudantes voltaram às ruas na manhã de ontem para reivindicar melhorias no transporte coletivo. Eles pedem transporte coletivo digno e o passe livre estudantil irrestrito. Os manifestantes alegam que o benefício, da maneira como foi concedido pelo governo estadual, é limitado e não atende as necessidades da população. Na tentativa de efetivar as possíveis melhorias, lideres do movimento se reuniram no final da tarde de ontem, no Ministério Público Estadual, quando protocolaram no órgão um documento com as principais reivindicações.

A promotora de Justiça do Centro de Apoio Operacional (CAO) do Consumidor, Alessandra Melo Silva, recebeu os estudantes e afirmou que deve encaminhar as reivindicações, que possivelmente podem fazer parte de um processo, para os promotores Goiamilton Antônio e Murilo de Morais e Miranda.

O programa do governo estadual prevê que cada estudante possa utilizar 48 viagens por mês de forma gratuita, o que os estudantes alegam ser insuficiente. “Dessa forma, só é possível fazer uma viagem de ida e volta. Quem estuda em período integral e tem que voltar em casa para almoçar vai ficar prejudicado. Não foi esse projeto que o governo e a prefeitura haviam nos prometido”, afirma o estudante de Jornalismo Tiago Madureira.

Os estudantes também pedem o passe livre para pais de crianças até 10 anos, para que possam levar seus filhos à escola e o retorno do programa Ganha Tempo, implantado pela Prefeitura de Goiânia em junho do ano passado, mas que foi suspenso em dezembro por decisão do juiz Jerônimo Villas Boas. O programa permitia que o usuário, em um intervalo de duas horas, embarcasse em até três ônibus, pagando somente uma passagem.

As empresas entraram na Justiça para solicitar a suspensão do programa, alegando prejuízo e desequilíbrio econômico-financeiro. Os estudantes alegam que as empresas responsáveis pela prestação do serviço não apresentaram a planilha de custos e, por isso, não comprovaram o real prejuízo.

Os manifestantes portavam bandeiras, apitos, faixas e estavam acompanhados por um carro de som. Alguns deles estavam com varas de madeira com roscas e biscoitos pendurados para “pescar” policiais. Segundo eles, o artifício seria uma maneira para chamar os policiais, já que estes demoram até duas horas quando são acionados para atender ocorrências, mas que sempre estão em grande número nas manifestações, a fim de intimidar os protestos.

A concentração do movimento foi na Praça do Trabalhador, no Setor Central. De lá, eles seguiram pela Avenida Independência, até chegarem à sede da Rede Metropolitana de Transporte Coletivo (RMTC), onde um grande número de policiais fazia a segurança do local. Os manifestantes atearam fogo em pneus e o Corpo de Bombeiros foi acionado para conter as chamas. Os manifestantes se concentraram em frente ao Tribunal de Justiça, onde exigiram a presença do procurador do Ministério Público Spiridon Anyfantis, que estava no local. Fonte: Jornal O Hoje.