Alvo de incêndio criminoso em 2016, prédio do fórum de Goiatuba é reformado

O presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, desembargador Gilberto Marques Filho, inaugura na segunda-feira (28), às 10 horas, a reforma geral do edifício do fórum da comarca de Goiatuba. O prédio, localizado na Rua Rio Grande do Sul, nº 65, no Setor Bela Vista, foi alvo de incêndio criminoso na madrugada de 10 de agosto de 2016. Cerca de 10 mil processos foram perdidos no incêndio.

O evento contará com a presença do corregedor geral do Judiciário, desembargador Walter Carlos Lemes; da diretora do Foro local, juíza Débora Letícia Dias Veríssimo e do prefeito do município, José Alves Vieira, dentre outras autoridades da região, servidores do Judiciário de Goiatuba e moradores da cidade.

Autores do crime

Quatro pessoas foram condenadas pelo incêndio do Fórum de Goiatuba: Waldemar Tassara Macedo, Selmo Felizardo Rodrigues Chagas Júnior, Thales José Martins Miranda e Rudiere Albertini Alves Pádua de Paulo pelos crimes de organização criminosa, incêndio doloso, supressão de documento público e roubo.

A decisão foi da juíza Sabrina Rampazzo de Oliveira, da 1ª Vara Criminal de Goiatuba. A sentença de Waldemar foi de 35 anos e 5 meses de reclusão; Selmo foi condenado a 31 anos, 5 meses e 20 dias de reclusão; Thales foi condenado a 37 anos e 3 meses de reclusão; e Rudiere pegou 27 anos, 3 meses e 16 dias de reclusão, todos em regime inicialmente fechado.

De acordo com a denúncia, por volta da meia noite e meia, do dia do crime, Thales e Rudieri, com apoio logístico de Selmo e a mando de Waldemar Tassara, invadiram o prédio do fórum de Goiatuba, ambos armados com um revólver calibre 38 e vasilhames contendo líquido inflamável. Eles dominaram o vigilante, subtraindo dele um colete balístico, uma arma de fogo e seu telefone celular.

A seguir, os acusados atearam fogo na Vara Criminal, de Família, no gabinete do juiz da 2ª Vara e na sala onde se encontrava o gravador das câmeras. Thales e Rudieri levaram o vigilante para o salão do Júri, com a intenção de o prenderem em uma das celas, mas devido à grande quantidade de material inflamável, o fogo se alastrou. Selmo os esperava em uma camionete Hilux.

Antes de fugirem, eles ameaçaram de morte o guarda e sua família, dizendo que sabia onde moravam. Conforme relatou a investigação realizada pela Polícia Judiciária, o motivo do crime originou-se do fato de Waldemar ter sido condenado por crime de homicídio, praticado em Goiatuba, intencionando então destruir a sentença do caso.

Digitalização mais cedo

Devido ao incêndio ocorrido na comarca de Goiatuba com a incineração da maioria dos processos físicos e a conveniência da restauração dos autos por meio digital, a partir de 29 de agosto de 2016, as protocolizações de ações cíveis, de família e das fazendas públicas, inclusive aquelas relativas à restauração dos autos destruídos passaram a ser recebidas, exclusivamente, na forma eletrônica. Já os feitos de natureza criminal e da infância e da juventude passaram a ser ajuizados e restaurados fisicamente.