A Superintendência Regional do Ministério do Trabalho em Goiás interditou no início da noite desta quinta-feira (22) todo o sistema de tubulação que opera gases tóxicos do frigorífico JBS, em Senador Canedo. Com isso, toda unidade de produção de carnes fica intertidata. Apenas a área administrativa da empresa continua funcionando normalmente.
A interdição acontece quase dois dias depois do acidente com vazamento de amônia na unidade, ocorrido na manhã de terça-feira (20). Na ocasião, um cano externo da empresa se rompeu e a substância entrou pelas janelas do frigorífico, afetando os trabalhadores. Após o acidente, a superintendência esteve no local para investigar o que o ocorreu.
Além do acidente de terça-feira, a superintendência informa que entre os meses de junho a agosto foi realizada ampla fiscalização no Frigorífico JBS, ocasião em que foram lavrados 78 autos de infração por violação às normas de proteção ao trabalho, sendo que 67 por descumprimento das normas de segurança e saúde no trabalho.
Dentre as autuações aplicadas, conforme a superintendência regional, três decorreram de irregularidades no sistema de amônia que, apesar de graves, não constituíam situação de risco grave e iminente a ponto de levar à interdição das atividades do referido estabelecimento.
Além das atuações, relatório completo da referida auditoria foi encaminhado ao Ministério Público do Trabalho para que o órgão tome as medidas judiciais que julgar cabíveis no caso.
Outros casos
Este é o terceiro vazamento registrado em frigoríficos da JBS nos últimos 30 dias. No dia 31 de agosto, um episódio semelhante foi relatado em uma unidade da multinacional em Campo Grande (MS). Na mesma semana, a unidade do Minerva, em Barretos (SP), registrou um vazamento de amônia que deixou um morto e 30 feridos.