Dois advogados são presos em Anápolis durante operação contra fraudes em execuções judiciais

Dois advogados de Anápolis estão entre os presos, nesta quinta-feira (16), durante a Operação Dívida Fake, deflagrada contra suspeitos de fraudes em ações judiciais em Goiás e Pará. A operação foi coordenada pelo Grupo Especial de Investigação Criminal (GEIC) da Polícia Civil de Anápolis com apoio da Polícia Civil do Pará.

Durante a operação foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão e 11 mandados de prisão temporária em desfavor de investigados pelos crimes de furto qualificado pela fraude, uso de documento falso, fraude processual e associação criminosa. Os mandados foram cumpridos em Anápolis e Goiânia e em  Redenção (PA).

Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) afirmou que a subseção anapolina foi comunicada e acompanhou o cumprimento da prisão dos advogados. “A Comissão de Direito e Prerrogativas (CDP) local acompanhou a operação, que ocorreu dentro da normalidade”, afirmou a entidade.

Notas promissórias falsas

Segundo decisão judicial que autorizou a operação, o grupo investigado criava notas promissórias falsas, nas quais constava um idoso como devedor e, como credor, um dos investigados. Após isso, eles ajuizavam ação de execução de título extrajudicial contra as vítimas e pediam os bloqueios de valores nas contas delas.

Os advogados presos em Anápolis seriam os responsáveis por patrocinar 43 ações judiciais, nas quais constavam 7 credores diversos e objetivavam a subtração dos valores creditados nas contas judiciais de 15 mulheres – com idades que variam entre 51 e 110 anos de idade, tendo algumas destas já falecido.

Somados, os valores executados em desfavor das vítimas perfazem, aproximadamente, R$ 500 mil. Segundo a PC, a ação criminosa dos investigados já havia resultado na subtração de cerca de R$ 120 mil, mas a investigação impediu que o restante dos valores fosse subtraído.

Conforme a PC, a investigação policial realizada pelo GEIC/3ªDRP foi instruída por relatório técnico produzido pela Divisão de Inteligência Institucional do Tribunal de Justiça de Goiás, que é composta por equipe da Polícia Civil goiana.