A Corregedoria-Geral da Justiça Federal (CG) concluiu uma enquete sobre a percepção da magistratura federal em relação à segurança institucional, revelando dados preocupantes: 70% dos participantes declararam já ter sido ameaçados no exercício da função jurisdicional. Além disso, 65,3% relataram sentir-se vulneráveis ou ameaçados em algum momento da carreira, e 60,9% afirmaram ter sido vítimas — ou ter familiares vítimas — de crimes praticados com violência ou grave ameaça.
As principais fontes de ameaça, segundo o levantamento, são partes insatisfeitas com decisões judiciais (46,8%), seguidas pela atuação de facções criminosas (22,7%) e pela criminalidade urbana em geral (21,8%). A preocupação com extremismos — sejam religiosos, políticos ou nacionalistas — também foi citada por 8,8% dos respondentes.
O levantamento, de caráter voluntário, contou com a participação de 216 magistrados e integra uma série de ações estratégicas e educacionais conduzidas pela Corregedoria-Geral, em parceria com o Centro de Estudos Judiciários do Conselho da Justiça Federal (CEJ/CJF) e com apoio da Assessoria Especial de Segurança Institucional e de Transporte do CJF (ASSEP).
Entre as medidas já adotadas estão cursos de proteção de dados e privacidade digital, capacitações em contra-acompanhamento e práticas de autoproteção, com o objetivo de desenvolver uma cultura de segurança e autopreservação entre os membros da Justiça Federal.
As informações coletadas serão sistematizadas em relatório e servirão de base para o planejamento de novas ações educacionais e executivas, em articulação com os Tribunais Regionais Federais, comissões permanentes de segurança e órgãos de segurança pública. O foco é garantir a integridade física e psíquica dos magistrados e demais agentes da Justiça Federal, fortalecendo o exercício livre, seguro e independente da função jurisdicional.