Reunião no MP cobra que clássico do futebol goiano seja marcado pela paz

Um clássico da paz. Este foi o principal compromisso firmado em reunião realizada na sede do Ministério Público de Goiás para tratar da segurança do jogo de hoje (15) entre Vila Nova e Goiás, no Estádio Serra Dourada.

Além da segurança no clássico, foram apresentadas as preocupações quanto à segurança dos demais jogos realizados não somente em Goiânia, mas também no interior e as possíveis medidas para que atos de violência envolvendo membros de torcidas organizadas sejam coibidos.

Os representantes das torcidas Esquadrão Vilanovense, Sangue Colorado e Força Jovem assinaram a ata da reunião assumindo o compromisso de que o jogo seja marcado pela paz. Inclusive, adiantaram que ações de promoção à não violência nos jogos serão efetivadas na partida de amanhã.

O encontro foi coordenado pelo promotor de Justiça Deusdete Carnot Damascena, da 1ª Promotoria de Justiça de Goiânia, que tem atribuição no Juizado do Torcedor. Pelo MP também estiveram presentes a coordenadora do Centro de Apoio Operacional do Consumidor, Alessandra de Melo Silva, e o promotor de Justiça Denis Bimbati. Representantes das Polícias Civil e Militar, além de representantes dos clubes Vila Nova e Goiás, participaram do encontro.

Compromissos
A promotora Alessandra Silva destacou que o encontro já havia sido agendado com os representantes das torcidas organizadas, quando eles assinaram o Manifesto a Favor da Paz, durante o I Seminário Centro-Oeste de Torcidas Organizadas, realizado em Goiânia, em novembro do ano passado.

Assim, a ideia é que sejam retomadas as tratativas para coibir manifestações de violência dentro e fora dos estádios. De acordo com o promotor Deusdete Damascena, a intenção não é criminalizar as torcidas, mas garantir que todos possam frequentar os estádios de maneira segura. “Não podemos transformar o Serra Dourada, nosso palco de esportes, em uma praça de guerra”, afirmou. Ele também destacou a importância do papel das organizadas, em esclarecer aos associados as responsabilidades que todos têm de zelar pela paz no estádio e também fora dele.

O promotor Denis Bimbati acrescentou que a situação de violência é grave, sendo imprescindível a cooperação de todos os envolvidos, em especial das torcidas organizadas. Ele ponderou ainda que o futebol tem sido bastante oneroso para o Estado, já que praticamente todo o efetivo da Polícia Militar acaba sendo designado para fazer uma ampla operação de segurança em dias de jogos.

Quanto ao policiamento envolvido amanhã, o coronel Divino Alves e o major Glauber Freitas esclareceram que atuarão 600 homens, a partir das 13 horas. O delegado titular da Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc) também pontuou a importância de os integrantes das torcidas colaborarem com a polícia no sentido de apontarem as pessoas que estão inseridas no grupo, mas com a intenção de cometem crimes. “Se não for possível delatar os envolvidos em atos criminosos, que não haja a proteção dessas pessoas”, salientou.

Os integrantes das torcidas organizadas aproveitaram o momento para apontar casos de excesso de violência na abordagem policial e a dificuldade em conter atos de pessoas alheias aos grupos ou integrantes que se infiltram no grupo para cometer crimes. Sobre a atuação da PM, o major Glauber garantiu que os casos já estão sendo tratados pela corporação e sugeriu que, sobre, os indivíduos que têm condutas que destoam da proposta das organizadas, que sejam indicados às autoridades policiais. Fonte: MP-GO