Maioria das profissionais brasileiras não volta ao trabalho após licença-maternidade

A maioria das profissionais brasileiras não retorna ao trabalho após a licença-maternidade, de acordo com pesquisa global realizada pela Robert Half com 1.775 diretores de recursos humanos de 13 países, sendo 100 brasileiros.

No Brasil, 85% das empresas responderam que menos da metade de suas funcionárias retorna à vida profissional após o nascimento de seus filhos. A taxa é bem mais alta que a média global – 52% das companhias ouvidas em todo o mundo relataram o mesmo problema.

Em relação às mulheres que ocupam cargos de gestão, a taxa de retorno ao trabalho é mais alta. Apenas 37% das companhias brasileiras responderam que a volta ao trabalho fica abaixo de 50%, enquanto 63% relataram que o índice é superior a 50%.

Para Daniela Ribeiro, gerente sênior das Divisões de Engenharia e Marketing e Vendas da Robert Half, a diferença entre os percentuais de retorno entre a média das profissionais e as mulheres em cargos gerenciais se dá pelo fato de que aquelas que ocupam posições mais altas possuem um perfil mais dinâmico e não conseguem se imaginar fora do mercado. “Para a mulher é mais difícil alcançar um cargo de liderança e quando o alcançam não querem desistir dessa conquista. A questão financeira também é um fator importante, pois essas profissionais possuem uma remuneração mais alta e relevante para o orçamento familiar”.

Quando questionados sobre as políticas de retenção de suas funcionárias, os diretores de recursos humanos brasileiros mencionaram os planos de saúde e dentários (41%), o trabalho remoto (39%) e os horários flexíveis (29%) como os mais populares.

Na prática, porém, as iniciativas de trabalho em tempo parcial ou com flexibilidade de horário ainda não são tão frequentes nas empresas: 31% dos diretores brasileiros responderam que essas ações são comuns ou muito comuns. Essa taxa está bem abaixo da média global, que ficou em 68%. Para Daniela, esse percentual reflete entraves da legislação brasileira. “Ao mesmo tempo, as companhias ainda são conservadoras quando se trata de jornada e horário de trabalho”, afirma. Fonte: G1