Júri condena acusados pela morte de Leonardo Pareja e outros dois detentos

Em julgamento realizado nesta segunda-feira (13/4), o Tribunal do Júri de Aparecida de Goiânia condenou cinco réus pela morte de Leonardo Pareja e de outros dois presos do antigo Cepaigo, além de uma tentativa de homicídio. A pena total dos acusados é de 45 anos e 6 meses de reclusão, em regime inicialmente fechado. O julgamento integrou a programação da Semana Nacional do Júri.

Leonardo Rodrigues Pareja ficou conhecido nacionalmente após comandar uma rebelião que durou seis dias no antigo Cepaigo
Leonardo Rodrigues Pareja ficou conhecido nacionalmente após comandar uma rebelião que durou seis dias no antigo Cepaigo

A acusação contra os réus Eduardo Rodrigues de Siqueira, Eurípedes Dutra Siqueira, José Carlos dos Santos, Ivan Cassiano da Costa e Raimundo Pereira do Carmo Filho foi sustentada pela promotora Renata de Oliveira Marinho e Sousa. A sentença condenatória foi lida pelo juiz Leonardo Fleury Curado.

No julgamento, o Ministério Público pediu que fosse desconsiderada a qualificadora de emprego de meio cruel em relação às mortes de Leonardo Pareja e de Veriano Manoel de Oliveira. Dos seis denunciados pelo crime, apenas Sérgio Luciano de Almeida não foi levado a julgamento. Na ação ocorrida no presídio, foi morto ainda Grimar Rodrigues de Souza, tendo Manoel de Oliveira Filho sobrevivido à agressão. O ataque ocorreu em 9 de dezembro de 1996, no antigo Cepaigo.

Os homicídios
De acordo com os autos, os acusados planejaram matar Pareja, e todos ligados a ele, porque Leonardo entregou os acusados à direção do presídio, quando descobriu um plano de fuga por um túnel que os réus cavaram.

No dia do fato, em 1996, munidos de “chuchos”, facas e uma pistola calibre 45, os denunciados foram até Veriano e o esfaquearam, sem chance de defesa. A vítima morreu no local. Em seguida, os réus localizaram Leonardo Pareja, na escada próxima à sua cela. Eurípedes Dutra agrediu Pareja com um tapa no rosto, enquanto Eduardo Rodrigues esfaqueava-o no pescoço. Leonardo correu para o final do corredor, lá foi encurralado por José Carlos, Ivan e Raimundo. Eurípedes disparou cerca de cinco tiros em Pareja, que faleceu no local.

Em sequência, o grupo invadiu a cela de Grimar Rodrigues de Souza e Manoel de Oliveira Filho. As vítimas se esconderam no banheiro. Eurípedes descarregou o restante da munição em direção a eles. Grimar morreu na hora; Manoel, por sua vez, fingiu estar morto até os acusados saírem da cela. O grupo, então, seguiu para a cela de outro preso, porém, este se rendeu. Em seguida, os acusados entregaram as armas aos agentes prisionais, pois os alarmes estavam soando e os policiais se preparando para invadir o prédio.

Pareja e rebelião
Leonardo Rodrigues Pareja ficou conhecido nacionalmente após comandar uma rebelião que durou seis dias no antigo Cepaigo, tendo feito várias autoridades de reféns enquanto visitavam o complexo prisional. Entre as vitimas estava o então presidente do TJGO, Homero Sabino de Freitas.

Em decorrência da rebelião, Pareja fugiu levando seis reféns. Durante a fuga, parou em um bar, deu autógrafos, comprou cigarros e bebidas. Foi recapturado em um posto de gasolina em Porangatu, após cerco da polícia.

O primeiro crime cometido por Pareja aconteceu em Salvador, em setembro de 1995. Ele sequestrou uma criança de 13 anos por 59 horas. Depois de driblar a polícia em três Estados, e dar uma entrevista contando sobre sua vida, Leonardo se entregou no dia 12 de outubro de 1995. Fonte: MP-GO