Juiz Jesseir Coelho de Alcântara declara suspeição e deixa o caso Valério Luiz

O juiz da 4 Vara dos Crimes Dolosos Contra a Vida, Jesseir Coelho de Alcântara, declarou a suspeição e deixará de presidir o processo envolvendo o caso da morte do radialista Valério Luiz. O magistrado, que em outubro passado marcou para 19 de fevereiro de 2020, a partir das 8h30, o julgamento do cabo da Polícia Militar Ademá Figueiredo, um dos acusados pelo crime, alegou motivo de foro íntimo.

Na petição, em que avisa que deixará de atuar no processo, o magistrado afirmou que “por motivo de foro íntimo, dou-me por suspeito de continuar atuando no feito nadando contra a maré para concretização do júri popular, batendo contra todo o sistema processual, ou seja, Diretoria do Foro, Ministério Público e defesa. Fiz tudo o que pude, mas esbarrei em óbices fora do meu alcance para que a sessão do júri fosse realizada a contento”.

O magistrado, que decidiu dividir em três sessões distintas o julgamento dos cinco denunciados de envolvimento no homicídio, afirmou ainda que, como seu substituto direto também já declarou a suspeição para atuar no caso, agora o Tribunal de Justiça deverá nomear novo julgador para o processo.

A morte de Valério Luiz conteceu no dia 5 de julho de 2012, quando Valério Luiz saía da rádio em que trabalhava, no Setor Serrinha, em Goiânia. Um motociclista se aproximou dele e disparou seis vezes. O Ministério Público de Goiás denunciou os envolvidos ao Poder Judiciário no dia 27 de março de 2013.

Seguindo a conclusão da polícia, a promotoria apontou que Maurício Sampaio foi o mandante do crime e que Urbano de Carvalho Malta contratou Ademá Figueiredo para matar o cronista. Ainda segundo o documento, o açougueiro Marcus Vinícius participou do planejamento do crime. Já o PM Djalma da Silva foi denunciado por atrapalhar as investigações da polícia.

Conforme a denúncia, o crime foi motivado pelas críticas constantes do radialista à diretoria do Atlético, da qual Maurício Sampaio era, na época, vice-diretor. O desentendimento entre os dois já durava dois anos. O documento destaca que os comentários geraram entre Sampaio e Valério Luiz “acirrada animosidade e ressentimento por parte do acusado”.

Veja a decisão de suspeição