Juiz federal de Goiás divulga nota técnica que permitirá uso de IA nas ações conciliatórios da 1ª Região

Os juízes federais Rodrigo Gonçalves de Souza, da 14ª Vara Federal da Seção Judiciária de Goiás (SJGO) e Rafael Lima da Costa, da 7ª Vara Federal da Seção Judiciária do Maranhão (SJMA) divulgaram a nota técnica que permitirá a utilização da Inteligência Artificial (IA) nos processos conciliatórios da Justiça Federal da 1ª Região. O documento é resultado de debates que aconteceram em quatro encontros na Rede de Inteligência da 1ª Região (Reint1).

A ferramenta, originada no Sistema de Conciliação da Justiça Federal da 1ª Região (SistCon1), tem como principal objetivo a implementação de Inteligência Artificial para auxiliar na transcrição e organização de dados colhidos por conciliadores, principalmente em provas orais, de processos dos Juizados Especiais Federais da Primeira Região do TRF1 (JEFs). O desenvolvimento do projeto contou com o apoio da equipe técnica da Advocacia Geral da União (AGU) e da Procuradoria Regional da República da 1ª Região (PRF1).

De acordo com a nota técnica, a justificativa para a implementação do projeto é a atual sobrecarga de processos nos JEFs do TRF da 1ª Região; a incapacidade de realização de audiências judiciais em tempo adequado, sem despender grandes recursos com a realização de mutirões; a heterogeneidade na distribuição (o volume de processos varia significativamente entre unidades judiciais); e a força de trabalho incompatível com a demanda.

Piloto

A expectativa é que a 7ª Vara Federal da Seção Judiciária do Maranhão seja a primeira a utilizar a IA na Conciliação por meio de um projeto-piloto. A proposta inicial prevê a capacitação de conciliadores tanto para a coleta de elementos fáticos quanto para a conciliação, conforme normativos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e sob supervisão dos juízes e inclui a possibilidade da participação de acadêmicos de Direito e instituições de ensino superior.

Solução eficaz

A Nota Técnica esclarece que a utilização de Inteligência Artificial (IA) e o uso de mídias digitais nos JEFs é uma solução eficaz para enfrentar a crescente demanda processual e a sobrecarga de trabalho nas varas e pelo menos três benefícios imediatos são esperados: redução do tempo processual; precisão na transcrição de dados e suporte aos magistrados na análise de provas.

Além disso, haverá também a integração com sistemas judiciais já existentes, o que contribuirá para a racionalização das atividades, aumentando a precisão e confiabilidade dos dados processuais.