Jovem que matou aluna dentro de escola é condenado a 24 anos e 5 meses de prisão

O Tribunal do Júri de Alexânia condenou, nesta quarta-feira (23), o jovem Misael Pereira Olair, de 22 anos, pela morte uma estudante de 16 anos. Ele foi sentenciado a 24 anos e 5 meses de prisão em regime fechado. Ele atirou várias vezes contra Raphaella Novisk Roman dentro da escola onde ela estudava em Alexânia, região do Entorno do Distrito Federal.

A sessão do júri popular foi presidida pelo juiz Fernando Augusto Chacha Rezende. Ele afirmou na sentença que o “homicídio foi premeditado e consumado em pleno horário de aula e, assim, na frente de todos os colegas de turma abalando, com isso, o próprio funcionamento do ambiente escolar diante da lembrança por tempo indeterminado e imensurável de todos na escola”.

Misael, que não tinha antecedentes criminais, foi condenado por homicídio qualificado por motivo torpe, mediante recurso que dificultou a defesa da vítima e por razões da condição do sexo feminino (feminicídio). Além da prisão, foi estabelecida uma indenização por danos morais de, no mínimo, R$ 150 mil em favor da família da adolescente.

O crime

Misael entrou na sala de aula em que a vítima Raphaella estudava e aproximou-se da aluna. Ao vislumbrar o infrator de máscara, Raphaella e seus colegas de sala passaram a rir, acreditando tratar-se de uma brincadeira. Então, o réu sacou a arma e desferiu o primeiro tiro contra Raphaella, que caiu e foi alvejada com outros dez tiros, a maioria na região da face e da cabeça.

Após a execução do homicídio, Misael deixou a instituição de ensino, pulando novamente o muro, e voltou a entrar no veículo conduzido por Davi, que o aguardava, assim iniciando a fuga. Acionada, a Polícia Militar saiu em diligência e os infratores foram presos em flagrante de delito. A vítima foi a óbito no local do crime.

Defesa

Em sua defesa, Misael disse durante interrogatório ontem que começou a escutar a voz de uma mulher chamada Lilith – uma figura demoníaca da mitologia – dois ou três anos antes do crime. Ao ser questionado se sabia o que estava fazendo no momento do crime, ele disse que sim e negou que tenha sido ordenado pela voz que ouvia. O jovem falou ainda que nunca comentou com alguém que escutava essas vozes nem procurou atendimento médico. Por fim, disse que se arrependeu do crime e que, se pudesse, faria diferente.