Força-tarefa: Mortes de mulheres em Goiânia ainda sem respostas

Já são 18 dias de investigações da força-tarefa criada para investigar a série de mortes de mulheres em Goiânia e até o momento o resultado é: dois suspeitos presos (mas ainda sem comprovação de envolvimento com os crimes) e a localização de uma moto preta que pode ter relação com as mortes. As informações são do jornal O Hoje.

Segundo a Polícia Civil, o número de mulheres assassinadas chega a 15, mas a corporação investiga 18 fatos relacionados ao motoqueiro assassino. Além das mortes das mulheres, que estariam sendo cometidas por um suposto seril killer, há uma tentativa de homicídio e o assassinato de um homem. Duas pessoas foram presas, mas não há nenhuma resposta efetiva dos motivos, a não ser suposições mostradas pela imprensa, mas não confirmadas pela Polícia Civil. Enquanto isso, a população sem resposta definitiva especula e vive uma situação de insegurança nas ruas.

Para compor a força-tarefa foram designados sete delegados, dez escrivães e mais 30 agentes da Delegacia de Homicídios (DIH), sem falar de mais nove delegados vindos do interior para auxiliar nas investigações, ainda assim nenhuma resposta definitiva veio até o momento. Durante uma semana após a morte da última vítima, a estudante Ana Lídia, esclarecimentos diários eram prestados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP); atualmente, possivelmente por falta de novidades relevantes, pouco tem se falado sobre a série de mortes, pelo menos por parte da polícia.

Indignação

Mas, para quem teve um parente morto, falar do assunto ou vê-lo retratado na imprensa diariamente sem que respostas apareçam o sentimento é de revolta e insegurança pelo temor de uma nova morte. Antônio Moura, tio de Beatriz Cristina Oliveira, 23, que foi assassinada com um tiro no peito no Setor Nova Suíça em 19 de janeiro, diz que é preciso resposta para o crime e punição do autor, a quem ele chama de “infeliz”. “Nada explica o que aconteceu com ela. Não havia nenhum motivo para fazer o que fizeram com ela. Nosso mundo está perdido”, afirma. “Se encontrarem esse infeliz, ele tem de ficar atrás das grades pelo resto da vida”, completa Moura.

Quem também cobra resposta da Polícia Civil é o pai da estudante Ana Lídia Sousa Gomes, o assistente administrativo Daniel Dias Gomes. Ele disse que a família foi ouvida na Delegacia de Homicídios, mas que até agora nenhuma resposta foi dada sobre a investigação do assassinato da garota. “Precisamos de resposta e não falo só por conta da morte da minha filha, mas também por conta da população, que está abalada e assustada com o que está acontecendo”, relata o pai de Ana Lídia. Ele informa inclusive que no próximo dia 30 uma nova passeata cobrando solução para os crimes está programada para ocorrer no centro da capital.