A consciência e a necessidade de, enquanto profissional liberal, poder contar com uma fonte de renda na velhice ou diante de um imprevisto de força maior que a impedisse de trabalhar, foram os gatilhos que fizeram com que a advogada Keila Cristina Eustáquio procurasse a OABPrev GO/TO para fazer um plano de previdência privada. Da busca por segurança financeira no futuro nasceu a percepção de sua vocação para colaborar com a entidade. Ao longo de anos, Keila ocupou diferentes funções na OABPrev e, no último dia 27 de setembro, foi empossada diretora-presidente. Abaixo, ela conta com exclusividade ao Rota Jurídica sobre sua trajetória, a importância de um plano de previdência privada para profissionais liberais – como advogados – e faz uma breve análise sobre os impactos que o contexto político-econômico do País podem causar à entidade.
Rota – Há quantos anos você está na OABPrev e porque decidiu fazer parte da entidade?
Keila Eustáquio – Desde muito nova desejava planejar uma velhice sustentável. Com a maternidade, veio a preocupação diante da percepção de que aquele ser dependia totalmente de mim. E, como profissional liberal, não tinha como garantir meu sustento e do meu filho em caso de invalidez ou morte. Nosso sustento dependia exclusivamente do meu trabalho.
Outra preocupação era o alto custo de uma formação profissional. Aprendi com meus pais que a melhor herança que podemos deixar para os filhos é o estudo, assim, procurava algo em que pudesse investir desde já para garantir o pagamento da faculdade, na ocorrência de algum imprevisto de força maior.
Nessa busca, cheguei à OABPrev, uma entidade sem fins lucrativos, pensada para o advogado e familiares. Em maio de 2007, fiz o plano não só para mim, como também para meu filho.
Já em meados de 2008, ao ser informada da realização de eleições na entidade, me candidatei ao Conselho Deliberativo e fui eleita sem nenhuma influência política, fato que se repetiu em 2012. Em 2014 , o Sr. Jacynto e o Sr. Antônio Carlos, respectivamente supervisor e diretor-presidente da OABPrev, sugeriram ao Dr. Enil Neto meu nome para a Diretoria de Benefício. Hoje, um ano e meio depois de nomeada Diretora Administrativa Financeira estou à frente, no desafio de presidir a entidade.
Rota – Quais são os principais desafios que você acredita ter pela frente, agora na Presidência da OABPrev?
Keila Eustáquio – O desafio sempre será o de conscientizar os advogados do quão arriscado é ser um profissional liberal e não contar com uma previdência privada para quando envelhecer ou se vir a sofrer algum outro imprevisto que impeça seu exercício profissional. Com a graça de Deus envelheceremos e chegará a hora em que a força de trabalho estará reduzida, o ânimo será menor e a saúde não será mais como antes. E quando esse momento se concretizar, o ideal é ter meios para se manter, para continuar realizando sonhos e continuar tendo planos para o presente e para o futuro.
A OABPrev tem crescido exponencialmente nos últimos anos, tendo alcançado um patrimônio superior R$ 103 milhões e se aproxima da casa dos cinco mil associados. Ocorre que Goiás e Tocantins tem, inscritos em seus quadros, mais de 45 mil advogados, ou seja, teoricamente, conseguimos alcançar uma pequena partícula da massa da classe, a grande maioria ainda não planejou seu futuro.
Nossa categoria não tem o hábito de pensar em se programar para diminuir o ritmo de trabalho ou em um plano B, em caso de fatalidade. Por isso, para grande maioria acaba sendo um tabu, assunto fora da pauta.
O fato é que devemos viver o hoje intensamente, mas com a tranquilidade de, no futuro, poder diminuir o ritmo de trabalho sem perder qualidade de vida. Viver o hoje intensamente, sabendo que, em caso de faltar amanhã, a família não passará por privações porque terá respaldo financeiro planejado. Por isso, nosso maior desafio é alcançar esses advogados que ainda não começaram seu planejamento financeiro para longo prazo, mostrar-lhes que ainda há tempo de começar e a OABPrev foi toda pensada para auxiliá-lo nessa tarefa.
Rota – Já traçou alguns projetos para sua administração? Haverá alguma mudança na rotina e/ou nos procedimentos da entidade?
Keila Eustáquio – Nos últimos quatro anos e meio estive como Diretora de Benefício ou Diretora Administrativa-Financeira e, antes, como membro do Conselho Deliberativo. Assim, não há porque mudar uma rotina de sucesso, da qual participei ininterruptamente por mais de dez anos. O atual Diretor Administrativo-Financeiro, Dr André Juliano da Luz Ferreira, vem de duas gestões no Conselho Deliberativo, sendo que, na última, estava como vice-presidente; e o Dr Samuel Junio Pereira, que anteriormente presidiu o Conselho Fiscal, permanecerá na Diretoria de Benefícios.
Um dos grandes desafios ao findar de 2018 é alcançar a meta atuarial (INPC+5%), o que promete não ser uma tarefa fácil diante do cenário político econômico de incertezas pelo qual nosso país atravessa. Esse contexto já vem penalizando os resultados desde o segundo trimestre do ano.
Para 2019, buscaremos com responsabilidade uma rentabilidade atrativa, equilibrada à segurança e com total transparência.
Ampliaremos os projetos do Clube de Vantagens voltado exclusivamente para nossos participantes e intensificaremos a disseminação do plano OABPrev no interior do Estado de Goiás e em todo Estado de Tocantins, buscando parcerias com os Instituidores e com as Subseções.
Através da parceria com a OAB/TO e CAATO, pretendemos, ainda, alavancar as vendas e dobrar nosso número de participantes no Tocantins, com o objetivo de tornar a marca OABPrev, pensada sob medida para os advogados, ainda mais fortalecida.
Rota – A OABPrev tem se destacado notoriamente entre as Entidades Fechadas de Previdência Complementar de todo o País. A que você credita tal sucesso?
Keila Eustáquio – Eu credito esse sucesso à liderança e espírito empreendedor do Dr Enil Neto, somado ao comprometimento de toda equipe de colaboradores, conselheiros e diretoria.
Nós temos uma equipe operacional, de vendas e parceiros, que vestem a camisa e fazem acontecer com excelência. Esse é o nosso diferencial: uma equipe engajada, comprometida com os interesses de nossos participantes.
Rota – É possível prever os impactos do atual cenário político-econômico do País no mercado financeiro, diante da iminente eleição do novo Presidente da República?
Keila Eustáquio – Realmente, a corrida eleitoral provoca um aumento da volatilidade advinda de uma redução de risco dos investidores. Há também outros fatores, como a incerteza acerca de como será o cenário político-econômico nos próximos meses. Mas contamos com uma consultoria altamente especializada para driblar esse momento de especulação.
