Criação da Comissão da Advocacia Conservadora pela OAB-GO gera críticas e notas de repúdio

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A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás criou recentemente duas novas comissões: a da Advocacia Conservadora e a da Advocacia Progressista. A primeira deve ter seus membros empossados ainda nesta quarta-feira (23). O grupo deve presidido por Telêmaco Brandão, que terá como vice Cristovam do Espírito Santo Filho, ambos apoiadores do presidente da República Jair Bolsonaro. Os dois se destacam por postagens nas redes sociais onde se manifestam contra o comunismo e a obrigatoriedade da vacina.

Segundo a Assessoria de Imprensa da seccional, a OAB-GO é um espaço de pluralidade. E que a criação das duas novas comissões atendeu a uma sugestão de se instituir grupos com visões antagônicas divergentes em vários temas justamente para poder subsidiar o Conselho Seccional em casos de análises de temas como aborto, descriminalização das drogas, maioridade penal, entre outros.

Notas de repúdio

No entanto, tão logo tomaram ciência da criação da Comissão da Advocacia Conservadora, algumas entidades divulgaram notas de repúdio. A Associação Goiana da Advocacia Sindical Obreira (Asind) e o Movimento da Advocacia Trabalhista Independente (Mati), por exemplo, entendem que a criação da nova comissão institucionaliza, no âmbito da OAB-GO, “um canal de manifestação e propagação dos pensamentos conservadores, reacionários composto por pessoas que se manifestam nas redes sociais difundido discurso de ódio, divisão da sociedade, que só leva ao acirramento e a polarização sem nenhum benefício para o estado democrático de direito”.

Para as entidades, o embate de ideias conservadoras com as progressistas se trava a todo momento nos diversos campos de atuação da advocacia, sendo todos livres para defenderem seus pensamentos. “Mas, daí, criar dentro da OAB-GO um espaço para propagação destas ideias conservadoras não encontra guarida nos objetivos da OAB (art. 44 da Lei )”, frisam.