Corretor de imóveis que teve traumatismo craniano e perdeu o carro em enxurrada no Córrego Cascavel quer ser indenizado pela Prefeitura de Goiânia

Um corretor de imóveis requer na Justiça que a Prefeitura de Goiânia pague a ele indenização por danos materiais e morais (pouco mais de R$ 43,4 mil) em virtude de prejuízos causados pela chuva registrada na noite de 12 de dezembro do ano passado. Na ocasião, segundo relata, ele e seu carro foram arrastados por forte enxurrada na rua T-32 com a Marginal Cascavel, na Vila Americano do Brasil, em Goiânia. O veículo teve perda total e o corretor sofreu traumatismo craniano.

Segundo conta na petição inicial, ele estava a caminho da confraternização de final de ano da empresa na qual trabalha, quando foi surpreendido pela grande abundância e força da água. O carro foi arrastado e o corretor, em um ato de desespero, saiu do automóvel. Ambos foram arrastados pela violência da água e lançados no Córrego Cascavel.

O corretor foi arrastado por 400 metros e arremessado entre vários objetos trazidos pela enxurrada.  Ele foi resgatado por transeuntes e levado ao Hospital de Urgência de Goiânia (Hugo) pela Polícia Militar (PM), com várias lesões e traumatismo craniano. O automóvel, um Citroen C3, adquirido treze dias antes do ocorrido pelo valor de R$ 24 mil, teve perda total. Dentro do veículo ainda havia um notebook.

O advogado Leandro Marmo Carneiro Costa, responsável pela ação, observa que a jurisprudência fixou o entendimento que quando a municipalidade se omite no dever de realizar obras para o devido escoamento da água das chuvas, contribuindo para ocorrência de enchentes, ela tem o dever de indenizar os prejuízos daí decorrentes.

O especialista diz que a enchente no local, com ausência de manutenção de escoamento e de construção de barreiras e consequente inundação, é de responsabilidade do Município de Goiânia. Ele lembra que as inundações nas proximidades do Córrego Cascavel são um problema recorrente que se repete todos os anos durante as chuvas. “Concluímos que o Município não adotou as medidas necessárias para evitar o evento danoso, pois este já era conhecedor dos transtornos sofridos pelas chuvas na Marginal Cascavel e não havia tomado as providências necessárias para sanear o problema”, conclui.