Coordenadoria da Infância e Juventude lança gibi que esclarece de forma simples o que é o depoimento especial

A Coordenadoria da Infância e Juventude do Estado de Goiás lançou no dia 10 passado o gibi “A Liga dos Heróis Comuns, mas Especiais, Explica: Depoimento Especial”. Com tiragem inicial de 800 exemplares, a publicação tem por objetivo explicar, de forma simples e lúdica, o que é e como é feita a entrevista especial com crianças ou adolescentes vítimas ou testemunhas de casos que estejam sob investigação, pela polícia, ou já na Justiça. O gibi também será disponibilizado no formato digital.

Atualmente, o Poder Judiciário goiano conta com 116 salas estruturadas de forma especial para acolherem crianças e adolescentes, e 403 servidores capacitados para entrevistá-los de forma adequada.

Na semana passada, duas turmas de 100 servidores que lidam na área de Infância e Juventude começaram, iniciando, na Escola Judicial do TJGO (Ejug), o curso “Depoimento Especial: Protocolo de Entrevista Forense”. O Poder Judiciário tem capacitado todos os profissionais pelos quais crianças e adolescentes têm de passar, quando envolvidos num processo judicial: seguranças, assistentes sociais, psicólogos, entre outros.

A juíza auxiliar da Presidência do TJGO, Lídia de Assis, parabenizou a Coordenadoria da Infância e Juventude pela iniciativa que, em sua avaliação, alcançou com sucesso o objetivo de esclarecer, de forma descomplicada, às crianças e adolescentes, o que de fato ocorre quando eles são chamados a dar depoimento na polícia ou em juízo.

“Isso é proteger e preservar a dignidade deles. Quando li, na historinha, que os personagens heróis acalmam e explicam para Pedrinho como se dará o depoimento especial para o qual ele foi chamado, vi que o gibi será fundamental para reduzir o estresse desse público, quando passa por essa situação”, pontuou.

Pessoas em desenvolvimento

O juiz auxiliar da Corregedoria, Gustavo Assis, disse ter certeza de que, como o gibi aborda a questão do medo da criança que é chamada a depor, ele será um instrumento que acalmará aqueles que assim se sentirem. “É uma iniciativa importante do Poder Judiciário estadual porque assim como nós nos agachamos à altura de nossos filhos quando temos de tratar com eles assuntos importantes, também a Justiça deve se comunicar com os jovens de acordo com a condição deles, que é de pessoas em desenvolvimento”, ponderou.

Sinergia

Carlos Limongi Sterse, coordenador da Área da Infância e Juventude do Centro de Apoio Operacional (CAO) do Ministério Público de Goiás,  destacou a sinergia que o TJGO e MPGO têm alcançado na temática.

“Temos trabalhado, juntos, para fazer com que o depoimento especial seja feito durante a produção antecipada de provas para, assim, evitar que a criança ou adolescente tenha de falar durante o inquérito e, anos depois, quando aquilo se torna um processo em tramitação na Justiça, ter de falar de novo. Muitas vezes ela já passou por terapia, já se recuperou, de certa forma, e tem de reviver tudo de novo. Não é o ideal, por isso estamos trabalhando nesse sentido”, afirmou o magistrado.