Wanessa Rodrigues
Dez integrantes de uma organização criminosas especializada em roubo de veículos, falsificações documentais, adulteração de sinais identificadores e receptação, inclusive dentro do presídio, foram condenados ontem (22/11). Eles atuavam na Região Metropolitana de Goiânia e foram presos em 2015, durante a Operação Herácles, deflagrada pela Polícia Civil. As penas variam de 13 anos a 3 anos e meio de prisão. A sentença foi dada pela juíza Placidina Pires, da 10ª Vara Criminal de Goiânia.
Outros 12 denunciados foram absolvidos por ausência de provas, além disso um dos réus faleceu no curso da instrução processual. Conforme os integrantes do grupo criminoso, eram praticados, aproximadamente, quatro roubos ou furtos de veículos por semana. Os carros eram vendidos por cerca de R$ 3 mil, chegando ao valor de R$ 9 mil após a “clonagem” e falsificação dos documentos. Um dos criminosos afirma que recebia R$ 10 mil por caminhonete e R$ 3 mil por carros populares roubados.
Durante a investigação, constatou-se que Edi Wilson Félix de Miranda, vulgo “Edinho”, um detento do presídio, era quem comandava os roubos em Goiânia, e teria “funcionários” fora do complexo prisional, incumbidos de subtrair e negociar os automóveis. Os veículos eram roubados por Ítalo Santos Torres, Fernando Alves Amâncio, Ullysses Rodrigues Carneiro de Sousa, vulgo Ullisinho, e um adolescente – considerado o homem de confiança de Edi.
Posteriormente, os carros eram adulterados por Fabrício Christian Santos Pereira e João Pedro, vulgo “Gordinho”, um dos maiores adulteradores de placas, CNH, lacres e notas fiscais. Ele mantinha estreito vínculo com Cléber Marques Dutra, preso na Operação Mestre dos Ofícios, por falsificação de documentos, adulteração de sinais identificadores de chassi, vidros e motores mediante processo de “pinagem”. Mesmo dentro do presídio, ele intermediava as adulterações, oferecia os serviços a outros presidiários e os repassava para João Pedro.
Outro integrante da organização, Thiago Moura Duarte, agenciava pessoas para roubar e adulterar veículos, encomendando carros de acordo com marca e modelo a seus comparsas. Ele ainda captava veículos de dentro do sistema prisional. Adair José Pereira da Silva recebia e negociava os carros adulterados e sua esposa, Daniela Soares da Silva, o auxiliava em negociações.
Residência
Um dos integrantes do grupo criminoso mantinha uma residência alugada em que funcionava uma “fábrica de documentos”. No referido local foram encontrados, dentro de um quarto, inúmeros documentos de veículos, muitos ainda em branco, um computador e uma impressora, além de uma lista com placas e dados de veículos, informações determinantes para que se procedesse às falsificações.
Confissão
Além do resultado de interceptações telefônicas e das busca e apreensões, os acusados Edi Wilson, Adair José e Cléber Marques confessaram o crime na Delegacia. Já Fabrício Christian, Fernando Alves, Ítalo Santos e Daniela, confessaram parcialmente participação no esquema e, ainda, indicaram o envolvimento dos demais réus.
Assim, diante das provas jurisdicionalizadas, em especial o depoimento do policial civil que atuou nas investigações e a confissão judicial de alguns dos denunciados, corroboradas pelos elementos informativos coletados na fase investigatória, e pelo resultado das interceptações telefônicas, os integrantes foram condenados por crime pelo delito de organização criminosa. Edi Wilson ainda foi condenado por dois roubos e corrupção de menores. João Pedro Neves Neto e Sônia Maria Barbosa Neves também por falsidade documental.
confira-aqui-a-sentenca-e-a-pena-de-cada-um-dos-condenados. (Processo nº 2015.0250.4795)