Campanha Diga Não ao Abandono alerta para aumento de casos durante férias e reforça penalidades

Publicidade

Com o início das férias escolares e de meio de ano, a Comissão Especial de Direito Animal (Ceda) da OAB-GO, em parceria com a Comissão de Proteção, Defesa e Direito dos Animais da Câmara Municipal de Goiânia, lançou a campanha “Diga Não ao Abandono”, voltada à conscientização da população sobre o aumento expressivo de casos de abandono de animais neste período. A ação se estende por todo o mês de julho.

Sob o lema “Eles não entendem o abandono. Só esperam você voltar”, a campanha reforça que deixar um animal para trás não é uma solução, mesmo diante de viagens ou mudanças de rotina. A presidente da Ceda, advogada Pauliane Mascarenhas, destaca que é justamente durante as férias que mais se registram ocorrências de abandono. “Essa iniciativa alerta a população de que existem outras soluções. Você não precisa abandonar porque vai viajar”, afirma.

Objetivos centrais

A campanha está estruturada em cinco eixos:

Conscientização: Informar sobre os impactos do abandono para os animais e a responsabilidade dos tutores.

Educação Legal: Explicitar que o abandono é crime, apresentando as legislações aplicáveis.

Guarda Responsável: Estimular a adoção consciente e apresentar alternativas como o lar temporário e o animal comunitário.

Castração: Incentivar a castração como medida eficaz no controle populacional e prevenção de maus-tratos.

Denúncia: Orientar a população sobre os canais para denunciar casos de abandono e maus-tratos.

O que diz a legislação

Em Goiás, a Lei Estadual nº 21.104/21, no artigo 6º, considera o abandono de animais como prática de maus-tratos. Já a Lei Federal nº 9.605/98, em seu artigo 32, §1º-A, prevê pena de reclusão de 2 a 5 anos, além de multa e proibição da guarda, para quem abandonar, ferir ou submeter animais a sofrimento.

Segundo Pauliane, o abandono frequentemente decorre de adoções impulsivas e da falta de conscientização. “Não existem animais de rua. Existem animais de tutores irresponsáveis que os abandonam”, alerta. Ela também ressalta a ausência de políticas públicas eficazes de castração como um fator agravante para o problema.

Como ajudar

A adoção é uma forma direta de apoio, mas há outras alternativas viáveis para quem não pode assumir um compromisso permanente. A advogada sugere o acolhimento de um animal comunitário ou a oferta de lar temporário, especialmente diante da superlotação dos abrigos. “A pessoa pode cuidar do animal em casa ou adotar o modelo de animal comunitário”, afirma.

Canais de denúncia

Casos de maus-tratos ou abandono devem ser denunciados. Sempre que possível, é importante reunir provas, como fotos, vídeos ou relatos de testemunhas. Em Goiás, os canais para denúncia incluem:

Agência Municipal do Meio Ambiente (AMA): 153

Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema): (62) 3201-2780

Grupo de Proteção Animal (GPA) – Goiânia: (62) 3201-2350