Mais uma vez, a história se repete e desta vez com nuances ainda piores. Brasileiros são presos e agora indiciados por tráfico de pessoas para os EUA. Os três brasileiros presos são da mesma família, sendo dois irmãos e um filho de um deles. Chelbe Moraes fazia o aliciamento dos brasileiros, chegando a cobrar até R$100 mil reais, enquanto seu irmão Jesse James Moraes e seu sobrinho Hugo Giovanni Moraes, proprietários de dois restaurantes na cidade de Woburn, no estado de Massachusetts, detinham os brasileiros traficados, os obrigando a trabalhar para pagar as dívidas do tráfico.
Essas pessoas permaneciam por meses, e até mais de ano trabalhando sem receber salários dignos por seus serviços.
O brasileiro Chelbe Moraes, suspeito de agir como traficante de pessoas foi acusado de contrabando de pessoas nos Estados Unidos junto com seu irmão e seu sobrinho, informou nesta terça-feira a Procuradoria do Distrito de Massachusetts. Chelbe Moraes foi preso no Paraguai em 2021 por supostamente ter fugido com sua filha pequena, crime pelo qual agora está sendo julgado no Brasil. Após sua prisão, a Polícia Federal brasileira começou a suspeitar que ele era um contrabandista de pessoas, um dos vários que estavam ajudando a impulsionar um número recorde de prisões de brasileiros na fronteira sul dos EUA.
A Polícia Federal o acusou de cobrar dos brasileiros sem vistos válidos nos EUA cerca de 20 mil dólares por pessoa para entrar nos Estados Unidos pelo México, usando uma rede internacional de policiais e funcionários corruptos, assim como familiares sediados nos EUA.
Em outubro do ano passado, quando foi tema de uma reportagem da Reuters, Moraes negou que fosse um contrabandista de pessoas, dizendo que dirigia uma consultoria legítima aconselhando pessoas sobre pedidos de asilo nos EUA. Ele disse que cobrava até 100 mil reais daqueles que atendessem aos critérios dos EUA para ajudá-los a migrar para o país.
Na terça-feira, promotores federais de Massachusetts abriram um processo com quatro acusações contra Moraes. Também anunciaram a prisão de seu irmão, Jesse James Moraes, e de seu sobrinho, Hugo Giovanni Moraes, na cidade de Woburn, onde possuem dois restaurantes: Taste of Brazil – Tudo No Brasa e The Dog House.
De acordo com um comunicado da Procuradoria do Distrito de Massachusetts, os três homens da família supostamente “contrabandearam indivíduos do Brasil para os Estados Unidos por uma taxa que varia entre aproximadamente 18 mil e 22 mil dólares”
Jesse e Hugo Moraes então supostamente “os empregavam em seus restaurantes em Woburn, retendo seus salários para pagar suas dívidas de contrabando”. Além disso, segundo o comunicado, eles “supostamente deram ou ofereceram documentação falsa aos indivíduos para apoiar pedidos de asilo ou obter autorizações de trabalho”.
Chelbe Moraes se recusou a comentar sobre as acusações dos EUA.
Os advogados de Jesse James Moraes e Hugo Giovanni Moraes não responderam imediatamente ao pedido de comentário.
O Witer DeSiqueira & Pessoni Law alerta reiteradamente sobre o risco de buscar imigração através de criminosos traficantes de pessoas, pois além do custo desta arriscada empreitada ser, às vezes, até maior que um processo legal, ainda há um enorme risco de perda da própria vida por parte dos imigrantes. Pois essa travessia de fronteira é feita por meios bastante perigosos, como atravessar o Rio Grande a noite com correntezas (muitas pessoas, principalmente crianças, são levadas pelas águas do rio), caminhar vários dias pelo deserto, sem água e sem alimentação, enfrentando o calor de acima de 50º durante o dia e frio intenso a noite, além de animais peçonhentos, correndo o risco de ser abandonado no deserto pelos “coiotes” caso não consiga acompanhar o grupo, enfim, são enormes os riscos de morte para quem faz essa travessia. E para aqueles que são presos pela imigração, muitos ficam presos por vários meses até serem deportados para o Brasil, e os poucos que conseguem ficar temporariamente nos EUA aguardando uma Corte de imigração, normalmente não comparecem na audiência e a partir de então, recebem ordem de deportação. Num primeiro momento que forem parados pela polícia, serão presos.
Antes de se aventurar numa empreitada que pode colocar toda sua reserva financeira e, principalmente, sua vida em risco, busque se orientar com um advogado especialista em imigração para os EUA. Ele irá lhe mostrar todas as suas possibilidades de entrar nos EUA pelas portas da frente.
Fonte: https://istoe.com.br/
OBS.: O propósito deste artigo é informar as pessoas sobre imigração americana, jamais deverá ser considerado uma consultoria jurídica, cada caso tem suas nuances e maneiras diferentes de resolução. Esta matéria poderá ser considerada um anúncio pelas regras de conduta profissional do Estado da Califórnia e Nova York. Portanto, ao leitor é livre a decisão de consultar com um advogado local de imigração