Aumentam uniões e divórcios em Goiás

Goiás segue tendência oposta ao resto do país quando o assunto é divórcio. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os pedidos de separação na justiça aumentaram no Estado em 2012. Por aqui, a taxa subiu de 2,5 divórcios por mil habitantes, em 2011, para 2,7 no ano passado. Reflexo direto da nova lei de divórcios, promulgada em 2010, que facilitou e barateou os trâmites legais. A taxa geral de divórcio é obtida pela divisão do número de divórcios pela população e multiplicada por mil.

Considerando dados de todo o país, o Distrito Federal (4,4 por mil), Rondônia (4) e Mato Grosso do Sul (4) apresentaram as maiores taxas de divórcio. Já o Piauí (1,3) e o Amapá (1,3), as menores. Com isso, a taxa geral em 2012 foi para 2,5 por mil, inferior apenas à de 2011, em que foram registrados 2,6 a cada mil.

Caiu o tempo médio de duração dos casamentos. Em 2007, duravam pelo menos 17 anos. Ano passado, a união recuou para uma média de 15 anos. A redução ocorreu em todos os Estados. As possibilidades legais para o divórcio podem ter ajudado a formalizar situações em que já havia as separações informais.

De acordo com a pesquisa, quanto à média de idade dos que pedem divórcio, os números continuam parecidos desde 2002. Os homens apresentaram a idade média de 43, em 2002, e 42 em 2012. Já as mulheres se divorciam mais novas: a idade média é de 38 anos (em 2002 era 39). No Brasil, os divórcios subiram expressivamente em 2011, justamente por conta da lei do divórcio. O aumento foi de 45,6% naquele ano.

Antes da nova lei de divórcio, era preciso pagar pela separação e posteriormente pelo divórcio, sendo necessário comprovar o tempo de união e o fim do relacionamento. Entretanto, Emenda Constitucional de julho de 2010 alterou a redação da Constituição. O que excluiu a necessidade de separação judicial anterior ou comprovação de separação para o divórcio. Com a nova lei é possível pedir o divórcio, registrando em cartório.

Casamentos
Curiosamente, os números de casamentos também subiram. No ano passado foram registrados 41.564 casamentos em Goiás, um aumento de 4,95% em relação ao ano anterior, quando 39.604 uniões foram registradas, deixando o Estado como a quarta unidade da federação em taxa de nupcialidade de maiores de 15 anos, com 8,6 casamentos para cada mil habitantes. Destes casamentos em Goiás, 29,5% foram registrados na capital. O casamento entre divorciados também subiu. O aumento foi ligeiro, mas representa bem como as facilidades nos trâmites de divórcio influenciam também nas novas uniões.

Brasileiros estão se casando mais

Os brasileiros estão se casando mais, mas os relacionamentos são mais curtos e aumentaram os divórcios. Tal retrato surge dos dados estatísticas do Registro Civil 2012, divulgados ontem pelo IBGE.
Ainda que estável em relação a 2011, a taxa de nupcialidade legal – número de casamentos para cada mil pessoas de 15 anos ou mais de idade – cresceu na última década, passando de 5,6 por mil, em 2002, para 6,9 por mil em 2012.

O grupo de mulheres com 20 a 24 anos segue com a maior participação – de 30 por mil – no total de casamentos, mas o maior aumento ocorreu entre aquelas com 30 e 34 anos – cuja taxa por mil aumentou de 11,5 em 2002 para 20,2 em 2012.

Em um a cada quatro uniões a mulher é mais velha que o homem e essa proporção vem crescendo. O percentual subiu de 20,7% em 2002 para 24% em 2012. Tal fenômeno, atesta o estudo do IBGE, ocorreu em todas as grandes regiões do país.

Registros de crianças
Das 2,8 milhões de crianças nascidas no Brasil em 2012, 6,2% eram “invisíveis” perante a lei: 187 mil nascimentos não foram registradas em cartórios, em um ano. A boa notícia é que a cada ano cai o sub-registro de crianças, embora ainda se mantenham diferenças regionais marcantes. Em 2002, 26,3% dos nascimentos não eram legalizados nos cartórios. Esse índice baixou para 10,2% em 2007 e cedeu gradualmente desde então.

O recuo da falta de identificação das crianças é fruto, segundo o IBGE, de uma política de estímulo ao registro. Um dos passos mais importantes foi torná-lo gratuito em todos os cartórios do país na década passada. Ainda que a tendência de queda se replique em todos os Estados, há uma diferença regional muito grande. Em São Paulo, o registro fora do prazo (após o ano do nascimento) correspondia a apenas 1,2% das crianças nascidas em 2012. (com Folhapress)

Mortes violentas

A pesquisa do IBGE traz ainda dados sobre óbitos e um dos destaques são as mortes por causas externas ou violentas, que, no Brasil, representam o terceiro maior grupo de causa de óbitos na população em geral. Entre os jovens de 15 a 24 anos, é o primeiro, sobretudo para homens.

Em 2012, o percentual atingiu 10,2%, acima dos 9,6% de 2011. Segundo o IBGE, a mortalidade masculina entre os jovens é mais de quatro vezes a feminina. Em 2012, a mortalidade masculina se manteve maior em alguns grupos etários, principalmente os de 15 a 19 anos e de 20 a 24 anos, nos quais a proporção de óbitos masculinos em relação aos femininos superou 4 para 1, especialmente devido às mortes violentas ou acidentais.

Sergipe (80,7%), Bahia (78,3%) e Alagoas (77,7%) têm as proporções mais altas de mortes violentas entre jovens de 15 a 24 anos de idade do sexo masculino. Fonte: Jornal O Hoje