O servidor tem de sobra o que falta na administração pública

*João Alberto Neves

Peço a tolerância dos leitores porque estou a publicar texto imenso, daqueles que, em verdade, se lê apenas o título, dois ou três parágrafos e a conclusão, na frenética corrida contra o tempo desses já decorridos 19 anos de Terceiro Milênio.

O jovem médico-psiquiatra João Alberto Neves Filho, meu primogênito (cria 01 de 05), está sempre a desafiar a minha capacidade de interpretação, na tentativa de colaborar com a longevidade que tanto almejo, particularmente agora que completei 62 anos de idade (no dia 26/07/2019). Ele lança desafios para o meu cérebro. Cria pautas com temas complexos para eu comentar. Cobra retorno. Insiste muito. E de tanto ele insistir eu atendo, mas no meu tempo de pai coruja.

João Filho vive e labora em Brasília, a Capital da República Federativa do Brasil e eu em Goiânia, a Capital do Estado de Goiás. Duzentos e cinco quilômetros nos separam, numa viagem terrestre de duas horas e quarenta e oito minutos via BR-060. Essa distância é encurtada por várias mensagens instantâneas de celular, todos e dias e até por várias vezes num mesmo dia.

A última tarefa repassada, de filho para pai, é a de ler, digerir e interpretar “Diário de Bordo. Ou: as 20 leis da ineficiência na Administração Pública”, da lavra de um tal Nowhere Man (nome imaginário). Victor Castro é a verdadeira identidade do pseudônimo Nowhere Man. O autor é meu genro que nasceu na Capital da Bahia. Ele passou esse texto para seu cunhado João Filho e este tomou a iniciativa de insistir bastante para eu comentar sobre o conteúdo dessas ideias que me intrigam. Que dupla, hein!

Nowhere Man expõe a ineficiência da Administração Pública a partir do que pensam os gestores, que impõem, com certa arrogância e em nome de duvidosa legitimidade, comandos a serem observados por calejados e sofridos servidores, concursados ou não. O autor não se declara alinhado a nenhum partido político e ideologia. E vai fundo nas críticas, expondo as vísceras de um Estado paquiderme que nunca consegue produzir a contento o que a sociedade espera. Isso porque as vozes de comando perdem-se nesse relacionamento laboral entre emissor e receptor, em meio a um caminho tortuoso no qual atuam aproveitadores do dinheiro público.

Eu concordo com muitas ponderações desse autor imaginário de “Diário de Bordo. Ou: as 20 leis da ineficiência na Administração Pública”. E convido você, que me acompanha nessa viagem, a também ler esse texto, sem preconceitos e com liberdade.

Alguém que me acompanha nessas lucubrações poderá indagar se eu agora sou “do contra”. E eu me apresso em responder que não sou contra, nem a favor. Aliás, sou contra os desmandos dos partidos e das ideologias, que impõem sacrifícios enormes ao servidor do povo (servidor público) para ver seus caprichos realizados no Estado que gerenciam.

O servidor não é improdutivo. Tem boas ideias. Tem de sobra, em seu imaginário, o que falta para os seus Chefes, na Administração Pública. Mas lhes falta o poder e a oportunidade de mostrar o seu talento à sociedade. Espera-se que o eleitor tenha juízo nas eleições periódicas e escolha bons gestores para uma sociedade que exige eficiência e compromisso.

Pronto. Falei.

*João Alberto Neves é jornalista (em recesso), advogado (licenciado) e servidor público.