Disputa decisiva : Quem será o novo prefeito?

Júlia Matos*

Após a apuração dos votos no 1º turno das Eleições Municipais de 2024, 51 municípios brasileiros, incluindo 15 capitais, se preparam para o segundo turno no dia 27 de outubro. Cidades como São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e Fortaleza terão disputas que serão cruciais para o futuro político e administrativo do país.

O segundo turno ocorre nos municípios com mais de 200 mil eleitores onde nenhum candidato conseguiu a maioria absoluta dos votos válidos no 1º turno. Essa maioria, definida pela obtenção de mais da metade dos votos válidos, exclui os votos brancos e nulos. Agora, os dois candidatos mais votados enfrentam uma nova rodada de votação, e vence quem alcançar o maior número de votos válidos. Em contraste, nas cidades com menos de 200 mil eleitores, a eleição é decidida em turno único, com a vitória do candidato mais votado.

Em Goiânia (GO), os candidatos Fred Rodrigues (PL) e Mabel (União) disputarão o 2º turno das Eleições Municipais de 2024 no dia 27 de outubro. Com 100% das seções apuradas, Rodrigues liderou o 1º turno com 214.253 votos, representando 31,14% dos votos válidos, seguido de Mabel, que obteve 190.278 votos, correspondendo a 27,66%. Como nenhum dos candidatos atingiu a maioria absoluta necessária para vencer no 1º turno, um novo confronto entre os dois mais votados será necessário. Dos 739.460 eleitores que compareceram às urnas, 93,05% dos votos foram válidos, enquanto 2,87% foram em branco e 4,08% nulos, com uma abstenção de 28,23%.

A votação no segundo turno é um momento decisivo, pois o prefeito eleito conduzirá a administração da cidade por quatro anos, impactando áreas como saúde, educação, transporte e segurança pública. Assim, a participação ativa dos eleitores é fundamental para escolher quem possui as melhores propostas e a capacidade de liderança.

Essa escolha consciente se alinha com o Contratualismo de Jean-Jacques Rousseau, que defendia que a legitimidade de um governo depende de sua capacidade de representar a “vontade geral”. O voto deve ser visto não apenas como um direito, mas como um dever ético, refletindo o bem coletivo. As decisões do futuro prefeito afetarão diretamente o bem-estar da população, exigindo uma escolha fundamentada.

Além disso, filósofos como Aristóteles ressaltam a importância da ação contínua para o desenvolvimento de uma sociedade justa. Para que Goiânia prospere, os eleitores devem fazer do voto consciente um hábito. A escolha do líder da cidade deve ser resultado de reflexão sobre as necessidades atuais e as aspirações futuras. Votar é um ato de responsabilidade, e cada voto contribui para o destino coletivo.

Sócrates enfatizou que “não é viver, mas viver bem, que importa”. Assim, viver bem começa com a participação ativa nas decisões políticas. O futuro de Goiânia depende da sabedoria e discernimento de seus eleitores neste segundo turno. A cidade que emergirá nos próximos anos será um reflexo direto das escolhas feitas agora.

*Júlia Matos é advogada eleitoral