A OAB precisa respirar!

Nada como um pedido de suspensão e férias para uma boa reflexão. Meu pedido de suspensão do conselho se esgotou, então volto ao Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Goiás. Já que eleito conselheiro, devo honrar a confiança depositada até o final, mesmo não estando em plena sintonia com a chapa com a qual fui eleito.

Fui o primeiro a anunciar meu “rompimento” com o grupo, antes de qualquer candidato A ou B ter sido eleito ou não para o mandato tampão. Desde então eu tenho dito que não serei “oposição gratuita”. Não sou o tipo de pessoa que colocará interesses acima dos fatos (nem estou dizendo que alguém o seja), portanto, elogiarei o que tiver se ser elogiado e criticarei o que tiver de ser criticado.

Trabalharei pela classe sempre que convocado, por A, B ou C. Prezo pela oxigenação da ordem em novembro, mas não torço para minha classe morrer de inanição até lá.

Antecipo, contudo,  que a ordem – como qualquer lugar – é a cara do líder (o pobre ditado já diz, a cozinha é a cara do cozinheiro). Precisamos batalhar pela classe HOJE independente de quem está à frente da ordem, pois essa classe sangra nos jornais institucionalmente e no dia a dia forense com falta de dignidade e respeito.

Em novembro não tenho dúvidas de que precisamos abrir as janelas da ordem e deixar o sol entrar! Vamos tirar a poeira dos tapetes, arrastar os móveis e subir na mesa para se ter um olhar diferente sobre a OAB, resgatando sua história, sua imagem e reposicionar seu trabalho digno e efetivo em prol da classe e da sociedade como um todo!

Para isso acontecer estou certo que precisamos de um presidente livre de ranços, vícios ou que tenham já bebido nessa fonte que há décadas controla a instituição. Precisamos de um presidente “virgem”, mas que não seja inocente ou despreparado. Não serve ex-presidente, ex-diretor, ex-conselheiro (estadual ou federal – inclusive eu!)… deixem a ordem respirar! Óbvio que esse novo líder deve estar bem acompanhado em sua diretoria por pessoas de bem e que podem já conhecer a ordem (afinal, geri-lá é um grande desafio). Vamos oxigenar a ordem em novembro e até lá vamos pensar mais no bem coletivo do que nas eleições.

Vamos juntos! À luta pela classe.

*Rafael Lara Martins é advogado, conselheiro da OAB-GO e presidente do Instituto Goiano de Direito do Trabalho (IGT)