O delegado Thiago Martimiano, que coordenou as investigações que resultaram na prisão de 16 advogados durante a operação Veritas, realizada nesta terça-feira (6), pela Polícia Civil, são suspeitos de atuar como “garotos de recados” para diversos líderes de facções criminosas de Goiás. Eles também são investigados por supostamente levar informações sobre o tráfico de drogas até para criminosos da favela do Morro dos Prazeres no Rio de Janeiro.
Além dos advogados, foram cumpridos também 48 mandados de prisão preventiva de faccionados do Presídio Especial de Planaltina (PEP). Equipes da Polícia Civil cumpriram mandados de prisão e de busca e apreensão em Goiânia, Anápolis, Planaltina de Goiás e no Distrito Federal.
Os advogados presos, segundo a Polícia Civil, eram responsáveis pela comunicação dos presos do PEP (todos líderes de facções criminosas) com o mundo externo, levando e trazendo informações, tanto coordenando o tráfico de drogas e a movimentação financeira dos criminosos, como em assuntos referentes a facções.
600 visitas
A Polícia Civil desconfiou da atuação dos advogados ao receber informações de que um preso no PEP chegou a receber 600 visitas de advogados em um ano, ou seja, quase duas visitas por dia.
Segundo o delegado, os advogados recebiam entre R$ 5 mil e R$ 20 mil por mês para serem o meio de comunicação entre presos e membros de facções criminosas que estavam soltos.
Nota da OAB-GO
Em nota, a OAB-GO diz que foi comunicada da operação e que está acompanhando neste momento o desenrolar das investigações. “A Ordem atua para preservar as prerrogativas profissionais e cuida para que os advogados sejam recolhidos em salas de estado maior, conforme prevê a legislação. A Ordem não tem informações suficientes para se posicionar a respeito da operação”.