Advogado acusado de mandar matar colega em Aruanã será julgado nesta terça-feira

Será realizado, nesta terça-feira (18), a partir das 9 horas, no Fórum da Cidade de Goiás, a sessão do júri popular do advogado Adelúcio Lima Melo. Ele é acusado de ser o mandante da morte do também advogado Hans Brasiel da Silva Chaves, ocorrida em 6 de fevereiro de 2020, em Aruanã. O réu, no entanto, nega qualquer tipo de participação no assassinato.

Em abril passado, mais dois dos acusados do assassinato do criminalista foram julgados e condenados. Wuandemberg Alvares Farias Silva, conhecido Vandim, foi sentenciado a 15 anos de reclusão e Rafael Alves da Silva, a 17 anos e 11 meses de reclusão.

Na ocasião, Adelúcio também seria julgado, mas ele abandonou o plenário do júri após recusar a se submeter às exigências dos órgãos de segurança pública que recomendavam a utilização de algemas. Diante dessa atitude, o juiz Flávio Florentino de Oliveira, que presidia o julgamento, desmembrou o processo em relação ao réu, que então será julgado hoje.

O desaforamento (mudança de foro, comarca) do julgamento para a cidade de Goiás, segundo o Ministério Público, ocorreu porque Adelúcio exerceria grande influência nas pessoas da cidade onde ocorreu o crime. O advogado, no entanto, nega qualquer acusação. Ele garante ser inocente.

Denúncia

Conforme apontado na denúncia, oferecida pelo promotor de Justiça Augusto Henrique Moreno Alves, em atuação na comarca à época dos fatos, Adelúcio exercia a advocacia na comarca de Aruanã, principalmente na área criminal, e sentiu-se incomodado com a chegada de Hans Brasiel ao município, já que ele também atuava em causas criminais.

Segundo esclarecido pelo MP, em agosto de 2018, Hans Brasiel firmou contrato com ex-cliente de Adelúcio e obteve a sua soltura, situação que gerou uma discussão entre ambos e uma ameaça de morte feita pelo denunciado no interior do Fórum de Aruanã.

De fato, segundo a denúncia, Adelúcio agenciou pessoas para efetivamente matar Hans Brasiel, mas não obteve êxito. Após não obter sucesso na primeira tentativa de homicídio, o denunciado, conforme o parquet, passou a arquitetar nova forma de matar o criminalista, dessa vez, contando com o auxílio de seu amigo Wuandemberg Silva, que entrou em contato com Rafael e ofereceu-lhe para que matasse a vítima mediante a promessa de pagamento do valor de R$ 7 mil. Ao articularem o agenciamento do executor, Adelúcio e Wuandemberg obtiveram uma motocicleta e uma arma, que seriam utilizadas no crime.

Assim, no dia anterior à execução, segundo o órgão ministerial, Rafael foi levado até a panificadora onde Hans costumava tomar café da manhã, com o objetivo de que o executor visse pessoalmente seu alvo e evitasse qualquer erro no plano. Na tarde de 6 de fevereiro, Rafael, que havia oferecido R$ 500,00 para que um adolescente o auxiliasse na fuga, teria recebido ligação de Adelúcio, confirmando que Hans estava em seu escritório e o crime deveria ser executado naquele momento.

Após chegar no escritório, conforme a peça acusatória, Rafael entrou na sala do advogado Hans Brasiel com a arma em punho e, surpreendendo-o, efetuou diversos disparos em sua direção, sendo que um dos disparos atingiu uma cliente da vítima na perna. Em seguida, ele fugiu do local, contando com o auxílio do adolescente.