Advogada que filmou agressões contra Orcélio Júnior diz que o fez para que PMs fossem identificados

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Marília Costa e Silva

Suzana Paula Alves filmou as agressões e tentou intervir em favor do colega

A advogada Suzana Paula Alves foi a responsável pelas gravações que estão circulando nas redes sociais mostrando o colega Orcélio Ferreira Silvério Júnior sendo agredido por policiais militares do Grupamento de Intervenção Rápida Ostensiva (Giro), no dia 21 passado, em Goiânia.

Ela conversou com exclusividade com o Rota Jurídica na manhã desta quarta-feira (28), durante desagravo público realizado pela Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás em favor do causídico. O ato aconteceu nas imediações do local onde o advogado sofre violência física e verbal, na Praça da Bíblia. Ela disponibilizou ao Portal a íntegra do vídeo.

Suzana conta que estava nas proximidades do camelódromo da Praça da Bíblia quando viu Orcélio ser brutalmente agredido pelos PMs. Na hora, diz, ela não sabia que ele era advogado. Ela soube que era um colega de profissão quando a própria vítima falou para os policiais que era advogado. “Naquele momento, vi apenas um cidadão sofrendo violência. A gente tentava evitar as agressões, mas não conseguia”, afirma, dizendo que na hora a sensação que sentia era de total fracasso.

Se identificou como advogada

Segundo Suzana, quando começou as gravações, um dos PMs a alertou para que parasse de filmar, dizendo que era para apagar o vídeo ou iria para a Delegacia. Nesse momento, de acordo com ela, o PM se aproximou. Foi ai que ela se identificou como advogada, afirmando que se fosse preciso, não só ela, mas todas as pessoas que estavam ali próximas iriam para a Delegacia.

Sobre o ato de desagravo, ela aprova a iniciativa da OAB-GO, afirmando que a advocacia precisa se unir. Para ela, a agressão não foi direcionada apenas a Orcélio Júnior, mas a toda advocacia e à sociedade. Ela lembra que durante o desespero de ver o colega sendo agredido, ela gritava pedindo que alguém chamasse a polícia. “Mas era a Polícia que estava ali. Os policiais tinham o dever de ajudar e não de agredir um cidadão como o ocorreu”, afirma a advogada, que conta que fez questão de, nas filmagens, mostrar os rostos dos policiais para que eles fossem identificados posteriormente e responsabilizados.

Assista na íntegra do vídeo gravado pela advogada: