Os 47 adolescentes que foram encaminhados pelo Juizado da Infância e Juventude (JIJ) de Goiânia para serem entregues aos pais ou responsáveis legais deverão comparecer às audiências designadas para os dias 1° e 8 de outubro, às 17 horas, no juizado. A informação é da juíza Mônica Neves Soares Gioia (foto), titular do JIJ da capital, em entrevista coletiva concedida na tarde desta segunda-feira (29).
“Os adolescentes foram divididos em dois grupos e, após essa primeira audiência, já iniciarão cumprimento de medida protetiva junto ao juizado. Eles terão de participar de seis encontros no juizado, onde serão orientados e concientizados dos perigos a que são expostos”, destacou a magistrada.
Cerca de 120 adolescentes estavam em uma festa de música eletrônica no Setor Chácara Recreio, em Goiânia, porém, a maioria conseguiu fugir do local. Além dos adolescentes, foram encontradas drogas, bebida alcoólica, armas e, inclusive, carros que haviam sido roubados ou furtados.
Mônica Gioia informou que a inciativa é do JIJ e ocorreu em parceria com a Polícia Militar, a Guarda Civil Metropolitana e a Agência Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Amma). A fiscalização foi realizada após o juizado receber denúncias de irregularidades no local. “Em Goiânia há muitas festas e, por isso, esse é um trabalho contínuo nosso. Fazemos essa fiscalização com o intuito de evitar esse tipo de infração. O evento não tinha alvará do juizado para que as crianças e adolescentes estivessem no local desacompanhados dos pais ou responsáveis legais”, ressaltou.
Projeto
Desde abril deste ano foi iniciado um programa, idealizado pela magistrada, no sentido notificar os pais de todo jovem e adolescente que for surpreendido em situação de extrema vulnerabilidade de risco social. O projeto prevê, ainda, que os menores sejam intimados a comparecerem no juizado, para realização de audiência e aplicação de medida protetiva e repasse de orientações. Segundo dados de Mônica Gioia, atualmente, 164 adolescentes encontram-se em medida proteção em Goiânia.
“É comprovado que o uso de bebida por crianças e adolescentes leva ao alcoolismo na fase adulta. É um trabalho não só do juizado, mas os pais, a comunidade e polícia devem estar envolvidos para que a gente alcance o resultado esperado”, frisou.
Ana Ordália de Freitas Rezende, diretora da Divisão de Agentes de Proteção do Juizado, lembrou que é preciso que as pessoas denunciem. “Não conseguimos fiscalizar tudo: atualmente somos 178 agentes de proteção e vão entrar mais 53 a partir do dia 15 de outubro, porém, a quantidade de festas irregulares é alta e precisamos contar com o apoio da sociedade. Descobrimos que o mesmo adolescente que organizou essa festa já tem mais duas agendadas, isso é um desafio às autoridades”, pontuou. As denúncias podem ter feitas, anonimamente, pelo telefone 3236-2700.
