
Wanessa Rodrigues
Atualmente, a seleção de candidatos a vagas de trabalho não é feita apenas por meio da análise de currículo ou de entrevistas. Tem se tornado cada vez mais comum empresas investigarem o perfis de redes sociais antes de bater o martelo na contratação de colaboradores e, até mesmo, de prestadores de serviços. As redes sociais também têm influenciado a decisão de empresas no que se refere a colaboradores que já estão com vaga garantida. Esta semana, por exemplo, um trabalhador de Campinas, no interior de São Paulo, foi demitido por justa causa por ter curtido uma publicação de um ex-colega no facebook. O texto continha críticas contra o empregador. Mas será que essa “investigação” dos perfis é uma prática legal?
O advogado Tabajara Póvoa, especialista em Direito Digital, salienta que não existe qualquer ilegalidade em pesquisar nas redes sociais ou mesmo verificar de maneira geral o comportamento de possíveis candidatos. Conforme diz, por meio das páginas pessoais em redes sociais, é possível o recrutador conhecer um pouco mais sobre o candidato: sua forma de se relacionar com a sociedade, preferências pessoais e, até mesmo, informações sobre a sua carreira.
Em caso de um trabalhador já contratado, segundo o especialista, uma postagem inapropriada pode sim geram punição, advertência ou, até mesmo demissão, dependendo do conteúdo e desde que tenha ligação com o empregador empresa, com a atividade da mesma, ou que choque diretamente com a postura que a empresa deseja transparecer para o mercado. Ele lembra que há decisões que o simples fato do funcionário curtir um comentário ofensivo contra um dos sócios da empresa justificaria a demissão por justa causa, como a que ocorreu em Campinas.
Contratos
A advogada Carla Franco Zannini, especialista em Direito do Trabalho, observa que reputação é um tema delicado, pois pode levar a perda de clientes ou a pressão de governos e sindicatos, por exemplo. Por isso, as empresas são refratárias a profissionais envolvidos em questões polêmicas, embora poucas admitam isso publicamente. Carla diz que muitas delas têm refeito contratos de trabalho dos funcionários para incluir cláusulas de comportamento nas redes sociais e de uso de aparelhos tecnológicos. Assim, no caso do empregado estar ciente do regulamento sobre determinadas postagens, ou manifestações, a empresa deverá avaliar com cautela a demissão, no estudo de caso a caso.
Análise comportamental
Carla ressalta que tem se tornado cada vez mais comum por parte das empresas realizar uma análise comportamental dos candidatos a vagas de emprego. Conforme diz, isso acontece até mesmo porque cada vez mais, tanto as empresas públicas como as privadas, vêm sendo solicitadas a prestar contas por ações de seus funcionários como indivíduos. Sendo assim, o ideal seria encontrar profissionais que se adequem da melhor forma possível ao modelo e à visão propostos pelos empregadores.

A especialista explica que as checagens mais comuns visam verificar a capacidade de exercer liderança, distribuir tarefas, atribuir responsabilidades, suportar pressões e tomada de decisões. Esses requisitos são avaliados principalmente quando a empresa pretende que o candidato a emprego cresça profissionalmente na corporação, criando um vínculo extenso de compromisso moral e social. “Muito tem se falado sobre esse assunto, e até algumas posições se mostram contrárias à exigência desse tipo de consulta. Porém, do ponto de vista jurídico, tais solicitações ainda não são vedadas por lei, desde que não sejam de caráter discriminatório”, observa.
Reflexos
Em tese, segundo explica Carla, o que o profissional faz nas horas vagas revela mais sobre quem ele é, e tem peso em sua reputação. Porém, o problema da atividade das redes sociais é que as pessoas esquecem quanto seus passos no universo virtual são visíveis e quanto a conexão com o mundo real é nítida e traz reflexos no dia a dia. A advogada lembra que as pessoas levam o sobrenome da empresa, e isso exige que elas adotem uma postura responsável fora do ambiente de trabalho, assim a conduta no ambiente virtual é avaliada na contratação e no próprio contrato de trabalho.
Cuidados
A advogada lembra que participar de redes sociais é um hábito da vida moderna, entretanto o desejo de ter uma vida digital esbarra nos cuidados que os profissionais devem ter para não prejudicar a si mesmo e a empresa em que trabalham. Assim, conforme a especialista, deve-se ter atenção a exposição mal calculada de opiniões e histórias pessoais para não prejudicar a imagem do empregado e do empregador. “Pois essa exposição cria desconfiança e atrapalha o desempenho”, acredita.
Tabajara Póvoa ressalta que não só os trabalhadores, mas todos devem ter cuidado na utilização das redes sociais. “O que curtimos, compartilhamos e publicamos pode, em algum momento, afetar nossa relação social, seja no trabalho ou em outras atividades. Na dúvida, não curta, não compartilhe, essa é a principal dica”, diz. O advogado diz que é importante desmistificar que, ao contrário do que se pensa, não existe anonimato na rede mundial de computadores (internet), todo o computador pode ser identificado através da rede.
emprego cresça profissionalmente na corporação, criando um vínculo extenso de compromisso moral e social. “Muito tem se falado sobre esse assunto, e até algumas posições se mostram contrárias à exigência desse tipo de consulta. Porém, do ponto de vista jurídico, tais solicitações ainda não são vedadas por lei, desde que não sejam de caráter discriminatório”, observa.
Reflexos
Em tese, segundo explica Carla, o que o profissional faz nas horas vagas revela mais sobre quem ele é, e tem peso em sua reputação. Porém, o problema da atividade das redes sociais é que as pessoas esquecem quanto seus passos no universo virtual são visíveis e quanto a conexão com o mundo real é nítida e traz reflexos no dia a dia. A advogada lembra que as pessoas levam o sobrenome da empresa, e isso exige que elas adotem uma postura responsável fora do ambiente de trabalho, assim a conduta no ambiente virtual é avaliada na contratação e no próprio contrato de trabalho.
Cuidados
A advogada lembra que participar de redes sociais é um hábito da vida moderna, entretanto o desejo de ter uma vida digital esbarra nos cuidados que os profissionais devem ter para não prejudicar a si mesmo e a empresa em que trabalham. Assim, conforme a especialista, deve-se ter atenção a exposição mal calculada de opiniões e histórias pessoais para não prejudicar a imagem do empregado e do empregador. “Pois essa exposição cria desconfiança e atrapalha o desempenho”, acredita.
Tabajara Póvoa ressalta que não só os trabalhadores, mas todos devem ter cuidado na utilização das redes sociais. “O que curtimos, compartilhamos e publicamos pode, em algum momento, afetar nossa relação social, seja no trabalho ou em outras atividades. Na dúvida, não curta, não compartilhe, essa é a principal dica”, diz. O advogado diz que é importante desmistificar que, ao contrário do que se pensa, não existe anonimato na rede mundial de computadores (internet), todo o computador pode ser identificado através da rede.