Câmara deve criar laboratório hacker para ampliar transparência

A Câmara dos Deputados deve criar um laboratório virtual para receber propostas de cidadãos interessados em colaborar com a transparência no Parlamento. A medida é uma sugestão de técnicos da Câmara e de participantes da primeira maratona hacker da Casa.

Em premiação dos três primeiros colocados no concurso, no último dia 11, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (foto), informou que vai tentar aprovar a criação do laboratório hacker em Plenário na próxima semana. A Mesa Diretora tem de apresentar, antes, um projeto de resolução com esse objetivo.

A maratona hacker, batizada de Hackathon 2013, foi promovida pela Câmara, em parceria com o Sindicato dos Servidores do Legislativo (Sindilegis), com o objetivo de usar as tecnologias digitais para ampliar a transparência do trabalho parlamentar e aumentar a compreensão sobre o processo legislativo. Foram desenvolvidos, ao todo, 22 aplicativos para celulares e computadores.

Os três primeiros colocados receberam, cada um, R$ 5 mil pagos pelo Sindilegis, patrocinador da maratona.

O baiano Kellyton Brito venceu o Hackthon com o aplicativo “Meu Congresso”, que reúne informações sobre o mandato dos parlamentares e garante o controle social sobre os gastos de deputados e senadores.

Em segundo lugar, ficou o aplicativo “Monitora, Brasil”, que permite ao cidadão acompanhar, via celular, a assiduidade e as propostas dos parlamentares. Seu autor, o brasiliense Geraldo Figueiredo, disse que se inspirou nas manifestações populares de julho para oferecer uma opção que ampliasse a participação da sociedade na política.

O terceiro colocado no Hackathon 2013 foi o aplicativo “Deliberatório”, um jogo de cartas offline que simula o processo de discussão e deliberação das propostas em tramitação na Câmara. O projeto foi desenvolvido por Valéssio Soares.

Durante a premiação, o presidente Henrique Eduardo Alves lançou outro desafio aos participantes: pensar em iniciativas que possam ser divulgadas no primeiro semestre do próximo ano, quando o Congresso for sediar o encontro dos 20 principais parlamentos do mundo. “Quanto mais a Casa se abrir, mais ela será compreendida e nós, parlamentares, vamos procurar acertar mais”, defendeu o presidente.

Um dos integrantes da comissão julgadora do Hackthon 2013, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) disse que o concurso é pioneiro no mundo. “A primeira maratona hacker proporcionou a identificação de experiências vindas de todo o Brasil.”

Os aplicativos vencedores do concurso serão disponibilizados no portal da Câmara.

Relatório
Durante a premiação, Henrique Eduardo Alves recebeu relatório preparado pelo site Votenaweb sobre as manifestações de cidadãos em relação a projetos em discussão no Parlamento. O aplicativo, que já existe há quatro anos, oferece em linguagem simplificada informações sobre as propostas legislativas.

Segundo a responsável pela página, Daniele Amaral, mais de 60% dos projetos analisados mostram uma concordância de pensamento entre cidadãos e parlamentares. “Nos surpreendeu o resultado otimista. É bom ver que a Câmara está sempre de portas abertas,” disse.