Secretário cai após denúncias de regalias em presídio do Estado

O governador Marconi Perillo (PSDB) exonerou ontem (16) Edemundo Dias de Oliveira Filho (foto) do cargo de secretário de Administração Penitenciária e Justiça (Sapejus). Também foi exonerado o superintendente-executivo da Sapejus, Antônio Carlos de Lima. O atual secretário de Segurança Pública, Joaquim Mesquita, assume interinamente o cargo deixado por Edemundo.

Essa foi uma das medidas tomadas pelo governo do Estado após veiculação no último domingo (15) de reportagem no programa Fantástico da Rede Globo, que denunciou uma série de regalias a presos do Complexo Prisional Odenir Guimarães.

O governador Marconi também decretou ontem situação de emergência penal em Goiás.

A medida tem validade de 180 dias e busca agilizar uma solução para a crise do sistema prisional goiano, pois dispensa a necessidade de licitação para a construção de dois presídios na região metropolitana de Goiânia, criando pelo menos 600 novas vagas. O decreto também autoriza abertura de concurso para 305 agentes prisionais e a contratação de 644 vigilantes. Serão destinados cerca de R$ 30 milhões, vindos do tesouro estadual, com os quais deverão ser adquiridos scanners humanos, para vistoria da entrada e saída dos presídios, e de bloqueadores de sinal de celular. O uso dos aparelhos telefônicos é, segundo a denúncia apresentada na reportagem televisiva, o principal instrumento para manutenção de privilégios de presos. Alguns internos chegam a solicitar, por telefone, carne para churrasco e contratação de garotas de programa.

O superintendente de segurança penitenciária, João Carvalho Coutinho Junior, assume a falha em relação à utilização de celulares dentro do presídio. Em outubro de 2012, o governo chegou a anunciar investimento de pelo menos R$ 2 milhões em novos bloqueadores, que abrangeriam 80 unidades prisionais de Goiás.

Outra denúncia feita na reportagem seria o uso de uma mesa de sinuca coletiva, videogames e televisores de tela plana nas celas, uso de drogas e churrascos. Tudo financiado por roubo de veículos e golpes aplicados por telefones de dentro do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. A situação mostrada por reportagem do Fantástico evidenciou facilidades adquiridas por chefes de quadrilha dentro do presídio. Fonte: Jornal O Hoje