O Procon Goiás registrou em junho o maior índice de acordos em negociações dos consumidores junto às empresas, bancos e fornecedores. Segundo a estatística da Gerência de Pesquisa e Cálculo do órgão, o percentual chegou a 95,22%. Em média, o sucesso das ações chegava a 75%. As informações são do jornal O Hoje.
No entanto, em Goiânia, 49,7% das famílias ainda se encontram endividadas e cerca de 10% delas não terão condições de quitá-las, mostram os dados mais recentes da Federação do Comércio do Estado de Goiás (Fecomércio GO). E essa é justamente uma das preocupações do Procon.
“Estamos em um momento difícil em nossa economia, com o consumo em baixa. E são poucos os consumidores que não têm algum tipo de dívida. Nós estamos trazendo ele para quitar a sua dívida para, futuramente, poder consumir novamente. As empresas também estão mais abertas a negociações”, relata o gerente de pesquisa e cálculo do Procon Goiás, Gleidson Tomaz.
O órgão orienta os consumidores para que antes de partirem para uma tentativa de acordo, tenham uma noção exata do valor atual da dívida, até mesmo para avaliar se a proposta oferecida é ou não vantajosa.
Foi o que Dayse Michelle (foto) fez. Ela trabalhava como consultora de vendas de cosméticos e passou os produtos para uma cliente, que não pagou. “Vendi alguns produtos da Jequiti e da Natura para uma cliente, mas ela sumiu e me deu um cano. Gerou um problemão”, conta.
“Meu nome ficou sujo e tudo mais. Procurei o pessoal do Procon para ver os juros e o pessoal da Natura fez um acordo comigo. Já o da Jequiti disse que não baixava os juros e nem reduzia o valor total. Vou ter que vender as minhas férias, ou pegar um empréstimo para poder pagar”, relata Dayse.
Por outro lado, algumas pessoas se aproveitam do benefício e agem de má-fé. “Tem casos não tão frequentes, mas algumas pessoas esperam muito tempo para só depois renegociar o valor total da dívida, com o objetivo de conseguir um bom desconto”, diz Gleidson Tomaz.
“Eles parcelam a conta com o desconto em algumas parcelas e só pagam a primeira, porque o nome já não fica mais sujo. O problema é que ele não percebe que está apenas prorrogando seu problema financeira”, afirma.
Negociações
O índice mostra que o cartão de crédito é o tipo de negociação mais comum entre os goianos, representando cerca de 55% do total. A segunda da lista é a procura pela liquidação antecipada, com 26,6%.
“Isso está se tornando cada vez mais comum. Quando as dívidas começam a apertar as pessoas já procuram renegociar o débito. Elas aproveitam quando cai o 13º salário, ou a restituição do Imposto de Renda, por exemplo”, afirma o gerente de pesquisa e cálculo do Procon Goiás, Gleidson Tomaz.
