Perícia de Badan Palhares será usada no caso de fazendeiro acusado de matar o primo por disputa de terras

Ogier é acusado de ter contratado Márcio para matar o primo em uma disputa de terras

O Ministério Público goiano emitiu parecer favorável à reabertura do inquérito que investiga as causas da morte de Márcio Teixeira Freitas, acusado de ser o assassino do fazendeiro Rogério de Jesus Lobo, morto em 2015, em Itapuranga, município localizado a 144 quilômetros da capital. A decisão foi motivada após apresentação de uma nova perícia feita agora pelo legista Badan Palhares. Márcio foi encontrado morto em um motel junto com a mulher, em 18 de setembro de 2015, e o caso foi apontado pela perícia da época como sendo suicídio.

A perícia foi encomendada a Badan Palhares pela defesa de Ogier de Oliveira Lobo Filho, primo do fazendeiro e acusado de ter contratado Márcio para matar a vítima por suposta disputa das terras de uma fazenda na qual eram sócios. Segundo os advogados Ricardo Naves e Tadeu Bastos, essa nova perícia feita por Badan Palhares, um dos peritos mais conhecidos do País, concluiu que Márcio Humberto não se matou, ao contrário, ele teria sido assassinado, como sempre suspeitou a defesa de Ogier. O motivo seria o de supostamente evitar que se chegasse ao verdadeiro mandante do assassinato de Rogério.

O parecer do MP foi assinado pela promotora de Justiça Daniela Haun de Araújo Serafim. Segundo descrito no documento, vislumbra-se, no caso, “a possibilidade de se encontrar prova nova, que pode indicar entendimento diverso, caso sejam comprovadas outras circunstâncias” até agora consideradas no inquérito.

Além disso, os advogados de defesa de Ogier contestam o fato de que nas investigações que apontam o cliente como sendo o mandante do assassinato do primo não tenha sido feita a quebra de sigilo telefônico e nem pedido os dados relativos às pessoas envolvidas no caso, mesmo essas providências já tendo sido autorizadas anteriormente. “O que trouxe muita estranheza para a defesa foi a justiça ter deferido, em medidas cautelares, a autorização das quebras de sigilo telefônico e dados de várias pessoas e, quando passou a reclamar incisivamente a efetivação dessas diligências, foram elas definitivamente recusadas pelo Judiciário, como se não tivessem a menor relevância “, acrescenta Tadeu.

Entenda o caso
O fazendeiro Rogério de Jesus Lobo foi morto em uma emboscada no dia 28 de julho de 2015 quando viajava com sua mulher para uma fazenda em Itapuranga para pegar um trator. Ele teria parado na estrada para atender o celular, quando o suposto atirador Márcio Teixeira Freitas teria se aproximado e efetuado vários disparos.

De acordo com a delegada Giovana Sás Piloto, titular de Itapuranga e responsável pelo caso, Ogier e Rogério eram proprietários da Fazenda Saudade, de 3 mil alqueires, em Cocalinho, no Mato Grosso. Seis anos antes do crime, eles iniciaram tratativas para dividir a propriedade, mas nunca chegaram a um consenso.

A delegada afirmou na época que testemunhas relataram que Márcio estava presente e sempre armado em algumas reuniões para fazer a divisão. Ele trabalhava para Ogier e queria que Rogério fizesse um acordo prejudicial para ele. Para a responsável pelas investigações, a vítima tinha medo de Márcio, que já teria chegado a ameaçá-lo.