Marília Costa e Silva
Atendendo um pedido de vista coletivo foi suspensa, na noite desta quarta-feira (19), a apreciação, pelo Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-GO), da possível transferência da administração do Centro de Esportes e Lazer (CEL) para a Caixa de Assistência dos Advogados. Muitos conselheiros, no entanto, fizeram questão de já apresentar seu voto favorável à novidade.
Apesar de não ter concluído a análise, o tema foi bastante debatido mais de três horas pelos conselheiros seccionais, que ouviram o parecer do relator do caso, Nadim Neme Neto, que é presidente da Comissão de Esporte e Lazer da OAB-GO. Ele também foi favorável à transferência da gestão, o que vai de acordo com o posicionamento da própria diretoria da OAB, que ontem apresentou números demonstrando que seria muito positivo para a instituição.
Segundo dados apresentados pelo secretário-geral da OAB-GO, Jacó Coelho, o CEL fechou 2016 com déficit de R$ 2,1 milhões. As despesas no ano passado somaram R$ 2,7 milhões, contra uma receita de R$ 566 mil. As contas no vermelho não permitirão, de acordo com ele, que sejam feitos reformas e investimentos no centro. “Algumas medidas são urgentes como por exemplo a troca o revestimento do teto do salão de festas, como recomendado pelos Bombeiros”, frisou Coelho.
Apesar de não estar presente na sessão de ontem, o presidente da Casag, Rodolfo Otávio Mota, que participa de evento nacional dos presidente de Caixas de Assistência, também é favorável à transferência na administração. Ao Rota Jurídica ele garantiu, recentemente, que a Casag, por já ser o braço assistencial da ordem, tem experiência em administrar produtos e serviços voltados à classe. “O CEL seria apenas mais um no rol de tantos que temos sob nossa responsabilidade”, disse.
Para aceitar administrar o CEL a Casag quer, entre outras coisas, autonomia para nomeação da diretoria e do corpo diretivo, autorização para modificação dos valores cobrados de aluguéis do espaço assim como na celebração de contratos e na confecção de regramentos sobre o funcionamento do local.
Balanço
O balanço financeiro do CEL, segundo dados da administração da OAB-GO, foi deficitário devido a contas pendentes de 2015, saldadas em 2016. Conforme análise do Departamento Financeiro, a dívida herdada de 2015 somou R$ 1,2 milhão, que representa 57% do déficit acumulado em 2016, apenas no clube. O presidente da OAB-GO, Lúcio Flávio de Paiva, entende que o passivo é elevado.
A situação deficitária do CEL vem se repetindo nos últimos anos. Em 2014, o balanço final das contas do espaço recreativo ficou deficitário em R$ 1,5 milhão. Naquele ano, as receitas foram de R$ 502 mil, contra R$ 2,1 milhões de pagamentos. Em 2015, o cenário se repetiu: gastos de R$ 2,6 milhões, mais uma dívida transferida a 2016 de R$ 1,2 milhão, contra uma receita de R$ 488 mil.
