MP quer que acusado pela chacina do Morro do Mendanha seja julgado por homicídio qualificado

O promotor de Justiça Maurício Gonçalves de Camargo apresentou as alegações finais do Ministério Público contra Paulo Henrique do Carmo Silva, apelidado de Dioclin, por participação na morte de quatro mulheres no Setor Petrópolis, em crime que ficou conhecido como a chacina do Morro do Mendanha. No documento, foi requerido que o acusado seja mantido preso até o julgamento e que seja pronunciado (levado a júri) por homicídio triplamente qualificado, em relação às quatro vítimas.

O denunciado contou com a ajuda dos menores S.A.F. e D.A.A, cujas condutas são apuradas em processo no Juizado da Infância e da Juventude. Segundo aponta o promotor, “a prova é caudalosa no sentido de que o acusado e os menores planejaram matar as vítimas em razão de suspeitas de que estavam sendo delatados para a polícia, razão pela qual resolveram matar as vítimas”.

O caso
Segundo consta na ação, as quatro vítimas, Ana Kelly Martins, de 20 anos; Mylleide Morgana Lagario, de 19; Sinara Monteiro, de 16 e Rayane Kelly, de 15, eram usuárias de drogas e estavam frequentemente juntas, sendo que as duas mais novas namoravam os menores de idade referidos na denúncia.

Em uma das visitas de Sinara e Rayane à casa que o acusado dividia com os menores, D. pegou o celular da namorada Rayane para ouvir música e, ao manuseá-lo, viu uma mensagem de texto que julgou ter sido enviada a um policial, delatando-o. A mensagem dizia: “estou em local impróprio com pessoas impróprias e não posso te atender”.

No dia seguinte, Paulo Henrique e os menores ligaram no número da mensagem e reconheceram a voz de um policial que trabalhava na região. A partir de então, o denunciado e os menores constataram que estavam mesmo sendo delatados por Rayane e Sinara e resolveram matá-las.

Na noite do crime, após estabelecer o plano, os três foram buscar as vítimas em uma boate no Conjunto Vera Cruz 1 e as convidaram para continuar a festa em outro lugar. Após chegarem ao local onde as vítimas foram mortas, Paulo Henrique e os dois menores mandaram que as quatro descessem e se deitassem no chão, explicando que as matariam por terem sido delatados por Sinara e Rayane. Esta se virou para justificar e recebeu dois tiros efetuados pelo menor S. Na sequência, cada uma foi morta com um tiro na cabeça desferido pelo mesmo menor. Em seguida, os três fugiram.

Receosos por causa da grande repercussão do fato na imprensa, Paulo e os dois menores fugiram para a casa de um amigo em Novo Gama, na região do Entorno do Distrito Federal, onde foram capturados por ordem judicial. Na ocasião, o denunciado estava andando na rua acompanhado pelo menor D., com quem foi apreendido um revólver. Após exame de confronto microbalístico, constatou-se ser a mesma arma usada para matar as vítimas. Fonte: MP-GO